Foto: Esteban Felix/AP Photo
Sebastián Piñera, Mauricio Macri, Lenín Moreno, Ivan Duque, Martín Vizcarra e Jair Bolsonaro em cúpula no Chile 22 de março de 2019 | 19:01

Após fala do filho Eduardo, Bolsonaro descarta intervenção militar na Venezuela

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O presidente Jair Bolsonaro descartou nesta sexta-feira, 22, apoio a uma intervenção militar na Venezuela. “Tem gente divagando, tem gente sonhando. Da nossa parte, não existe essa possibilidade”, declarou o presidente ao deixar o Palácio de La Moneda, sede do governo chileno, onde 11 países se reuniram para uma cúpula e oito se comprometeram com a criação do Prosul. Bolsonaro falou ainda que a “ditadura” na Venezuela se fortalece na “fraqueza de Nicolás Maduro” porque não é ele quem decide questões naquele país, mas alguns generais, narcotraficantes, milícias e cubanos. O Prosul, declarou Bolsonaro, foi idealizado porque os países que assinaram a declaração para a criação do organismo não querem que aconteça o mesmo que ocorreu na Venezuela em seus territórios. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse nesta sexta-feira, 22, em entrevista ao jornal chileno La Tercera, que “de alguma forma será necessário usar a força” contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. “Ninguém quer uma guerra, a guerra é ruim, há muitas vidas perdidas, há consequências colaterais, mas Maduro não vai deixar o poder de forma pacífica. De alguma forma, será necessário usar a força, porque Maduro é um criminoso “, disse o filho do presidente Jair Bolsonaro. O deputado está em Santiago desde quinta-feira, 22, acompanhando a visita do pai ao Chile. Segundo o La Tercera, Eduardo circulou por Santiago acompanhado pela senadora Jacqueline van Rysselbergh, presidente da legenda de direita União Democrática Independente (UDI), conhecida pelas declarações polêmicas contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e feministas. Eduardo justificou uma possível ação militar contra a Venezuela com o argumento de que pessoas estão morrendo no país vizinho em função do governo Maduro e que é necessário impedir o surgimento de uma “nova Cuba”. “O pior que pode acontecer é permitir que Maduro permaneça no poder, porque todos os dias as pessoas estão morrendo”, disse o deputado ao jornal chileno. Mais tarde, em entrevista à imprensa brasileira, o deputado recuou, disse que a manchete do jornal chileno é exagerada e que não fez nada além de repetir a posição do presidente dos EUA, Donald Trump. “Militarmente está descartado. É que o Trump fala que todas as cartas estão sobre a mesa e todas as cartas são todas as cartas. Ninguém quer intervir militarmente, essa não é uma hipótese relevante e o Brasil não pensa nisso”, disse Eduardo. “O presidente e os generais que estão tratando disso têm falado que não é uma opção”, completou.

Estadão Conteúdo
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