17 de fevereiro de 2019 | 12:22

Opositores falam em transição que envolva chavistas e militares

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Alguns líderes da oposição venezuelana já falam publicamente em uma transição que inclua autoridades chavistas e militares, depois de a oferta de anistia combinada com a pressão pela entrada de ajuda humanitária provocou poucas deserções na cúpula das Forças Armadas. Nos últimos dias, o vice-presidente do Parlamento, Stalin González, e o representante diplomático do líder opositor Juan Guaidó nos EUA, Carlos Vecchio, deram declarações nesse sentido. A pouca probabilidade de a Casa Branca recorrer a uma intervenção militar e o forte apoio ao chavista Nicolás Maduro de China e Rússia, que têm investimentos na Venezuela, assim como as ressalvas da União Europeia ao modo como os EUA têm articulado a mudança de regime, também contribuem para uma transição negociada, segundo analistas consultados pelo Estado. Na quinta-feira, González, do partido Um Novo Tempo, disse ser a favor de o chavismo e os militares terem papel na transição. Para ele, a oposição deveria apresentar uma candidatura única em eleições democráticas monitoradas internacionalmente, com o chavismo entre as forças políticas habilitadas a disputá-las. Vecchio, um dos líderes do partido Voluntad Popular, ao qual pertencem Guaidó e seu padrinho político, Leopoldo López, disse que esse papel pode ser desempenhado pelos deputados chavistas eleitos para a Assembleia Nacional, de maioria opositora. “Temos de resgatar a convivência democrática”, disse Vecchio em debate promovido pela revista digital Efecto Cocuyo. “Os chavistas podem construir a transição a partir da Assembleia. A base chavista não pode pagar pela corrupção da elite madurista.”

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