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O secretário Bruno Dauster seria o campeão de queixas dos parlamentares 10 de dezembro de 2018 | 08:58

Os secretários que os deputados querem ver pelas costas, por Raul Monteiro*

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Agora que está claro que o governador Rui Costa (PT) pretende fazer uma reforma administrativa, depois do envio do pacotaço à Assembleia Legislativa, a bancada governista tem passado parte de seu tempo fazendo a caveira dos secretários estaduais na esperança de que o gestor se convença de que, da forma que está, não dá para continuar, como assinala um parlamentar da base. Há críticas de todas as espécies, mas a maioria se concentra na pouca aptidão de alguns auxiliares para as funções de que foram encarregados, embora não escapem aspectos de personalidade, como o mau humor e até o suposto complexo de superioridade de alguns deles.

O chefe da Casa Civil, Bruno Dauster, encabeça a lista de ataques dos deputados. É quase uma unanimidade. Pior que tudo, é criticado pelos próprios colegas, apontado como um secretário que atrapalha mais do que ajuda, que não se expressa muito bem e ainda saca da manga, quando é preciso, o que é quase sempre, idéias um pouco mirabolantes e de difícil execução. Ainda que incomode muita gente, os deputados dizem que permanece grudado no governador feito carrapato, passando a impressão, para eles lamentável, de que, apesar do desejo da maioria, talvez não seja agora a oportunidade que esperam há tanto tempo de se livrar dele.

A responsável pelo Inema, que também dá as cartas no Meio Ambiente, é outra de que ninguém gosta. Acusam-na de ser dona de um mal humor incomparável e de não retornar um telefonema sequer dos parlamentares. Por este motivo, não foi pouca a comemoração na Assembleia ante a má repercussão da previsão feita pelo órgão recentemente de que Salvador ia ser inundada por uma tromba d´água. Agora, os deputados dizem esperar que realmente desabe sobre o Inema uma tempestade capaz de levar a gestora pelas escadas para nunca mais voltar. A imagem é um pouco dura, mas, acreditem, por causa do ódio despertado pela cidadã, passou a ser repisada por alguns deles.

O secretário de Administração, Etelvino Góes, é outro que o time de Rui na Assembleia não topa. No pacotaço, enquanto os servidores se estribucham para não perder direitos, foi capaz de incluir menos de 20 cortes nos 675 cargos comissionados que o órgão, ninguém sabe como, possui. Nos corredores da Assembleia, é chamado de chefe de Gabinete do secretário da Fazenda, Manoel Vitório, que o indicou para o posto e dizem que é seu eterno mentor. Vitório é dos mais desgastados por conta do pacotaço. Sua idéia, que não prosperou, de substituir o salário dos desembargadores pelo do governador como teto para auditores fiscais colocou a categoria inteira contra ele.

Na Educação, os deputados dizem que o que o governador precisa é encontrar urgente alguém competente para administrá-la, já que, desde a saída de Walter Pinheiro, permanece acéfala, sob desentendimento profundo dos funcionários. Sobre a pasta de Desenvolvimento Econômico, os parlamentares dizem que não querem nem falar. Na de Desenvolvimento Rural, o petista Jerônimo Rodrigues virou alvo por, segundo deputados, tentar convencer a Heineken e a Ambev a fazerem uma cerveja de umbu. Enfim, pela vontade dos deputados, a mudança a ser tocada por Rui deveria ser profunda.

* Artigo publicado pelo editor Raul Monteiro na edição de hoje da Tribuna.

Raul Monteiro*
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