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A líder da oposição na Câmara de Salvador, a vereadora Marta Rodrigues (PT) 14 de novembro de 2018 | 15:00

Marta critica falta de respostas sobre morte de Marielle após oito meses e condena ato do MBL na UFBA

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Líder da oposição na Câmara de Salvador, a vereadora Marta Rodrigues (PT) lembrou que nesta quarta-feira (14) o assassinato da vereadora Marielle Franco completou oito meses sem respostas para a sociedade sobre a autoria e os mandantes do crime. Segundo ela, está nítido que há um desinteresse em elucidar por completo este episódio que atentou contra a democracia, num país onde apenas 6% dos casos de homicídios são elucidados. “Não basta sermos vítimas do feminicídio, nós mulheres temos que enfrentar o descaso com as investigações destes crimes. O assassinato de Marielle chocou o mundo inteiro e ainda assim não temos uma resposta. Essa é a realidade que todas as mulheres e seus familiares, infelizmente, convivem no dia a dia. Há uma política de apagar a memória dos mortos no país, principalmente do povo negro”, disse Marta. Para a petista, todos aqueles que lutam por justiça social devem estar em vigília constante no cenário de fascismo e retrocesso que se vislumbra. “A Anistia Internacional divulgou nesta quarta um documento apontando questões graves sem respostas, incoerências e contradições da investigação, mostrando-se ‘chocada’ com a condução”, pontuou. A vereadora de Salvador repudiou, também, a ação de um pequeno grupo do MBL, na última terça-feira (13), que tentou descontruir o memorial em homenagem às mulheres mortas pelo feminicídio, instalado no Campus da UFBA de Ondina por estudantes da instituição durante o Fórum Social Mundial em março deste ano. “Como se não bastasse, este grupo desrespeitou mais uma vez a memória de Marielle e de todas as vítimas do feminicídio. O memorial é um espaço onde concentramos luto e luta contra esses crimes. O machismo está cotidianamente tentando nos desestabilizar”, declarou. A tentativa, filmada pelos próprios integrantes do MBL e postada na fanpage do movimento, foi impedida por estudantes que estavam no local. De mãos dadas, eles formaram uma roda em volta do memorial para protege-lo. “Um dos integrantes do MBL cita o memorial como um cemitério e diz que ‘essa Marielle tá morta mas roda mais do que ônibus de rota’ e diz que iria enterrar lá o caixão do PT’. Um movimento como este, que sobrevive do desrespeito às vítimas das desigualdades e do discurso de ódio, não merece nenhuma credibilidade”, ressaltou.

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