22 de julho de 2018 | 13:07

“O BRT não tem demanda e causa ainda mais segregação na cidade”, diz Marta

salvador

A líder da oposição na Câmara de Salvador, vereadora Marta Rodrigues (PT), disse, neste domingo (22), que não existe demanda para justificar o BRT e acrescentou que a obra irá causar ainda mais segregação social, não só com a construção de viadutos que irão incentivar o uso de veículos individuais, mas também por não dialogar com outros modais e com os bairros do entorno, como Vale das Pedrinhas, Nordeste de Amaralina e Santa Cruz. Segundo ela, o manual do Ministério das Cidades determina que um BRT se justifique com demanda entre 15 a 45 mil passageiros por hora, no entanto, o próprio termo de referência do edital do BRT mostra que a demanda na área proposta é de 12 mil. “O projeto não se justifica para onde está sendo proposto, além do superfaturamento da obra, da agressão ao meio ambiente e da falta de licenças, estudo e impacto de vizinhança, apontados já pelos especialistas”, destaca. A edil petista acrescentou ainda que por priorizar carros, com a construção de quatro elevados – que vem sendo derrubados em outras partes do mundo – o projeto do BRT em Salvador pode gerar ainda mais segregação. “A medida que você prioriza o transporte individual, você não está fazendo uma obra de mobilidade urbana de verdade. Outro ponto muito importante é que não houve participação popular. Os urbanistas já tem alertado que a população do entorno, Vale das Pedrinhas, Santa Cruz e Nordeste de Amaralina podem sofrer ainda mais a segregação com a retirada de linhas dos bairros para colocar no corredor exclusivo, terão que andar mais pra pegar transporte” pontuou. Para a líder da oposição, se o prefeito realmente tivesse vontade política de mudar a realidade da mobilidade em Salvador e trazer mais conforto aos usuários, investiria os R$ 820 milhões do BRT em melhorias no transporte público das periferias e dos bairros mais distantes da cidade. “É uníssono essa crítica ao BRT entre os urbanistas e arquitetos. Porque o prefeito se recusa a ouvir a sociedade civil, o IAB, os especialistas e estudiosos do assunto? Se não beneficia a população, a quem interessa esse projeto?”, alfinetou.

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