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Vereadora Marta Rodrigues (PT) 22 de maio de 2018 | 20:19

Marta diz que BRT descumpre determinação de Ministério

salvador

Nesta Super-Terça (23), quando se discutiu o BRT, a líder da oposição, vereadora Marta Rodrigues (PT), aproveitou a oportunidade para apresentar dados técnicos, entre eles do Ministério das Cidades, que comprovam que o projeto não se justifica para Salvador, além do superfaturamento da obra, da agressão ao meio ambiente e da falta de licenças, estudo e impacto de vizinhança, apontados já pelos especialistas. Segundo ela, o termo de referência do edital do primeiro trecho mostra uma demanda máxima Avenida ACM, onde o BRT passaria, de 12.700 passageiros por hora. No entanto, o manual do Ministério das Cidades, determina que um BRT se justifique com demanda entre 15 a 45 mil. “Para além da retirada de árvores e a questão ambiental, que afeta profundamente a qualidade de vida do cidadão, o projeto não se sustenta nem se justifica. Temos ainda o superfaturamento da obra, a mais cara do país, um projeto sem estudos técnicos, que apresenta ilegalidades por ter sido iniciada sem licença e sem o estudo de viabilidade”, diz. De acordo com os dados da vereadora, o BRT apresenta quatro elevados que consomem pelo menos 50% do trecho da obra, sendo que estas construções são consideradas obsoletas em diversas cidades, onde já estão sendo derrubados. “Você vê que o projeto é tão raso que apresenta uma mobilidade que valoriza o transporte individual em detrimento do transporte coletivo e isso é um absurdo. Ele está começando uma obra sem ter o estudo de impacto de vizinhança, sem licença do Inema e sem a justificativa do próprio Ministério das Cidades”, declara. O BRT, acrescenta Marta, também não dialogou com o PDDU. “No Plano Diretor, ele é identificado apenas como um traçado. Não houve debate com a população, não há nenhum aprofundamento, é vergonhoso. Não tem viabilidade técnica, econômica, financeira e tarifária do sistema. Isso devia ser feito antes mesmo de se gastar quase R$ 1 bilhão com essa obra. Há muitos indícios de descumprimento para atender uma demanda exclusiva do prefeito”, diz. Para a edil petista, a prefeitura deveria investir num Plano de Mobilidade Urbana em Salvador amplo, onde se adote política justa de reajuste das tarifas municipais de transporte urbano, dialogue com as demandas sociais do Tarifa Social Zero, amplie a malha cicloviária, dentre outros. “Não existe Plano de Mobilidade Urbana em Salvador. Como um empreendimento desse porte pode ser aprovado sem concebê-lo frente a um planejamento urbano amplo?”, dispara.

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