29 de março de 2018 | 08:15

Aliados já não duvidam da candidatura de Neto, por Raul Monteiro*

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Entre amigos e colaboradores do prefeito ACM Neto (DEM), não há mais dúvidas de que ele será candidato ao governo da Bahia em outubro. A data programada para o anúncio é a única que resta imprevista, já que, segundo os mais próximos, pode ser o dia 5, 6 ou 7 de abril, prazo final para a desincompatibilização. A corroborar a idéia de que Neto deverá confirmar sua renúncia da Prefeitura para lançar-se candidato à sucessão estadual estão alguns sinais que não podem ser desprezados, o maior deles para o momento provavelmente o acordo que fechou com o PR.

Por ele, o partido indica o candidato a vice na chapa do prefeito, na qual já figuram como pré-candidatos ao Senado o tucano Jutahy Magalhães Jr. e o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo, hoje no DEM, mas de muda para outra legenda, garante apoio para a eleição de seus atuais deputados, inclusive o presidente estadual José Carlos Araújo, além de uns poucos novatos indicados por eles, e ainda abocanha espaço na administração municipal, que passará a ser comandada pelo atual vice, Bruno Reis, tão logo o prefeito renuncie ao mandato..

Da articulação para fechar o acordo com o PR participou diretamente o prefeito ACM Neto, que se encontrou na terça-feira à noitinha com o presidente nacional da agremiação, Waldemar da Costa Neto, em Brasília, confirmando a prevalência dos entendimentos que ocorrem na capital federal sobre aqueles que se acertam no Estado, todos favorecidos pelo papel de suma importância que o DEM joga no governo do presidente Michel Temer (MDB), em torno de quem, sem pudor nenhum, integrantes ilustres do Centrão como o PR se agrupam e negociam o que farão nestas eleições.

Hoje na base do governador Rui Costa (PT), candidato à reeleição, os líderes do PR, entre os quais se destacam o próprio Araújo e os deputados federais Jonga Bacelar e José Rocha, queixavam-se há muito tempo do tipo de tratamento que dele recebiam. Consideravam-se aliados de segunda classe, sem o espaço de que desfrutam legendas infinitamente mais bem aquinhoadas na administração como o PP, do vice-governador João Leão, e o PSD, do senador Otto Alencar, efetivamente muito mais robustas eleitoralmente do que a deles, mas não encontravam canais para demonstrar sua insatisfação.

A oportunidade parece ter surgido agora quando os articuladores de Neto caíram em campo desesperados para suprir o tempo de TV para a campanha decorrente da ausência do MDB da coligação do prefeito, provocada por sua decisão em manter distância do deputado federal Lúcio Vieira Lima por causa do episódio do bunker com R$ 51 milhões. Com a união com o PR, Neto ficaria com 3 minutos e 12 segundos contra 3 minutos e 47 segundos do governador Rui Costa (PT) na programação normal de televisão, uma diferença portanto de apenas 35 segundos, obtendo ainda 10 inserções de 30 segundos contra 12 do petista.

* Artigo do editor Raul Monteiro publicado originalmente na Tribuna.

Raul Monteiro*
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