27 de fevereiro de 2018 | 08:56

Presidente do Peru é ameaçado de investigação se não aceitar ser interrogado

mundo

A comissão parlamentar que investiga as implicações da Operação Lava Jato no Peru ameaçou, nessa segunda-feira (26), o presidente do país, Pedro Pablo Kuczynski, de incluí-lo como investigado se nos próximos dez dias não escolher uma data para ser interrogado como testemunha. “Quando um convidado, como testemunha, se nega a comparecer perante a comissão, dificulta o desenvolvimento da mesma. Portanto, pode passar à condição de investigado”, disse a congressista do partido fujimorista Força Popular, Rosa Bartra, presidente da comissão investigadora. No requerimento enviado a Kuczynski, a comissão também pede que ele apresente informações sobre suas contas bancárias e declarações de impostos no Peru e nos Estados Unidos, que ele mesmo se comprometeu a entregar, segundo Bartra. A parlamentar fujimorista lembrou que se a comissão o incluir entre os investigados poderá solicitar o levantamento dos seus segredos constitucionalmente protegidos como o bancário, tributário, mercado de ações e o telefônico. “Para uma investigação, não há limitações”, completou. Rosa Bartra lembrou que a comissão da Lava Jato enviou seis convocações ao presidente, das quais só obtiveram resposta em duas ocasiões. Na primeira, Kuczynski disse que responderia às perguntas dos congressistas por escrito, mas nunca pessoalmente, pois chamou a comissão de “circo”. Em dezembro, quando o Congresso propôs uma moção para destituí-lo, o presidente anunciou a disposição de comparecer perante o grupo parlamentar mas, após seguir no cargo, disse que não faria isso antes que a Promotoria interrogasse o ex-diretor da Odebrecht no Peru Jorge Barata, o que está previsto para ocorrer hoje e amanhã no Brasil. Bartra informou que a comissão que preside remeteu ao promotor da Nação (procurador-geral), Pablo Sánchez, um documento interrogatório elaborado por vários legisladores para que seja levado em consideração no interrogatório de Barata, responsável pelas propinas entregues pela Odebrecht no Peru.

Agência Brasil
Comentários