Foto: Divulgação
Empreiteira compartilha provas entregues à Operação Lava Jato em Curitiba com investigações em ao menos 6 unidades da Federação 10 de dezembro de 2017 | 09:00

Odebrecht estende leniência com MPs nos Estados

brasil

A Odebrecht fechou nos últimos meses acordos de leniência para compartilhar provas entregues à força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba com ao menos outros seis Estados. Como a equipe de procuradores no Paraná não tem atribuição sobre a totalidade dos fatos criminosos revelados pela empreiteira, há casos que precisam ser investigados por Ministérios Públicos Estaduais ou pelo Federal em outras regiões. Ao assinar o acordo de leniência, a Odebrecht se obrigou a colaborar com os demais órgãos de investigação, desde que isso não seja usado contra a própria empresa. Por isso, a Lava Jato e advogados da empreiteira estipularam no acordo um mecanismo de proteção, pelo qual outros promotores e procuradores podem obter as provas entregues desde que concordem com os termos assinados. Para a empresa, há benefício de não ser punida novamente e tentar garantir que os valores de indenização sejam descontados do total acertado com a operação. Um ano após a assinatura do acordo com Curitiba, a Odebrecht conseguiu firmar seis acordos com MPFs nos Estados e outros dois com MPEs. Há desde acordos globais – em que todos os fatos descritos pela Odebrecht de competência daquele Estado estão contemplados pela leniência – como negociações caso a caso. As tratativas são mantidas em sigilo pela empresa e pelos procuradores. São Paulo é um dos Estados que têm negociação para cada fato. Há cerca de 30 casos de crimes delatados pela Odebrecht de competência do MP paulista e cada promotor responsável vai analisar de forma individual se adere ou não à leniência. Em setembro, o MP paulista informou que não iria aderir ao acordo da empresa. Depois disso, no entanto, as negociações com os promotores estaduais tiveram avanços significativos, segundo fontes com acesso às tratativas. O Estado apurou que no Distrito Federal há acordo firmado no âmbito do MPF, mas não de maneira global, mas para operações específicas. Em Alagoas há negociações avançadas, porém ainda não concluídas. Na semana passada, a Polícia Federal deflagrou uma operação que tinha como alvo a gestão do ex-governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) com base em informações da Odebrecht.

Estadão
Comentários