17 de outubro de 2017 | 10:59

Primeiro a discursar, Molon diz que Temer usa cargo para praticar crimes

brasil

Primeiro a discursar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) disse nesta terça-feira, 17, que a população apoia cada vez mais a instauração de processo contra o presidente Michel Temer. Em um discurso forte, o deputado de oposição disse que a “quadrilha” do PMDB continuou praticando crimes e que o grupo usou cargos para roubar o Estado brasileiro. “Temer usa o cargo para praticar crimes”, acusou.Ao defender o prosseguimento da denúncia, Molon lembrou que as pesquisas evidenciam a impopularidade do presidente e a necessidade de investigação. “(A autorização da denúncia) é a oportunidade dessa Casa se reencontrar com o povo brasileiro”, declarou. Ele rebateu a tese governista de que há tentativa de criminalização da política e que na Câmara parlamentares usaram o mandato para vender legislação.Em 15 minutos de discurso, o deputado fluminense acusou o presidente da República de ser o “chefe da organização criminosa”. “Temer atuava no atacado”, reforçou. Para o deputado houve obstrução de justiça ao haver pacto de silêncio com o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o doleiro Lúcio Funaro. O deputado acusou o governo de usar cargos, emendas e agora uma medida para restringir a fiscalização do trabalho escravo para se manter no governo.Molon também contestou a sessão relâmpago aberta nesta manhã no plenário da Câmara para contagem de prazo do pedido de vista ao relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG). Molon argumentou que as sessões só podem ser encerradas imediatamente em caso de morte de parlamentar no exercício do mandato, tumulto grave na sessão ou falta de quórum. O deputado disse que a sessão mostra a tentativa do governo em “atropelar” os trabalhos e dar fim o quanto antes à tramitação da denúncia. “Ela (sessão) foi fraudulentamente encerrada”, disse.

Estadão
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