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Com credibilidade e trânsito entre aliados, Pedro Tavares, presidente interino, pode ser saída para PMDB seguir adiante 14 de setembro de 2017 | 15:21

PMDB costura sucessão interna para evitar tomada de assalto do partido na Bahia

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O medo de o PMDB da Bahia sofrer uma intervenção ou passar a ser controlado abruptamente por outro grupo político, depois da bomba que atingiu a família Vieira Lima, levou os deputados estaduais do partido a se unirem em torno da construção de uma saída sóbria e menos traumática para a sucessão interna que permita à legenda virar a página e seguir adiante de cabeça erguida, garantindo espaço e voz de comando para seus quadros antigos e historicamente identificados com a legenda.

A idéia é confirmar definitivamente no comando do partido o deputado estadual Pedro Tavares, vice que assumiu a presidência estadual interinamente substituindo Geddel desde julho, quando o ex-ministro foi preso pela primeira vez, acusado de fazer parte de um esquema de corrupção em uma das vice-presidências da Caixa. Uma avaliação que os parlamentares têm feito internamente é que o PMDB é maior que as pessoas e pode seguir em frente desde que renove imediatamente seu comando.

Isso não significa que o partido precise ser tomado de assalto por um novo grupo, mas fundamentalmente passe a ser dirigido por gente de seus próprios quadros, com credibilidade e capacidade de relacionamento com os partidos parceiros, perfil em que Tavares se enquadra perfeitamente. A solução dá uma relativa tranquilidade a aliados que atuam no mesmo campo político, preocupados com a possibilidade de uma mudança brusca que impacte, inclusive, em negociações para a sucessão de 2018.

Também permite que fique no âmbito do partido a indicação para a vaga ao Senado na chapa com que o prefeito ACM Neto (DEM) deve concorrer ao governo, em 2018, evitando que prosperem idéias como a de ingresso no PMDB do atual ministro Antonio Imbassahy (secretaria de Governo) com o objetivo de utilizar a legenda como um trampolim para concorrer a senador, já que no PSDB, seu partido atual, as chances de garantir espaço com este objetivo são improváveis.

Outra consequência seria também a de impedir que o grupo do prefeito ACM Neto (DEM) assuma o controle do partido por meio de seu vice-prefeito, Bruno Reis, que ingressou no PMDB orientado por ele anos atrás e conseguiu se viabilizar candidato em sua chapa, ou do prefeito de Feira, José Ronaldo (DEM). Com seu cobiçado tempo de TV, o PMDB seria uma mão na roda para Neto, mas, na visão de aliados, o fortaleceria demais, permitindo que relativizasse ainda mais o papel dos aliados em sua coalizão.

Neste novo cenário, o ex-ministro Geddel Vieira Lima ficaria definitivamente fora das atividades partidárias, das quais já foi afastado, inclusive, no âmbito nacional do partido, mesmo que seja posto de novo em liberdade, tratando de sua defesa, e o deputado federal Lúcio Vieira Lima seguiria dedicando-se exclusivamente a seu mandato e também defendendo-se, uma vez que seu nome também já aparece sob suspeita da Justiça de ter colaborado para esconder os milhões encontrados no bunker do irmão.

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