01 de setembro de 2017 | 11:50

Escassez de dinheiro na Venezuela deixa bancos com poucas cédulas

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A escassez de dinheiro efetivo na Venezuela há meses deixou os bancos do país com poucas cédulas para os clientes e, inclusive, interrompeu totalmente o fluxo em algumas agências que já não contam com notas de nenhuma denominação. A informação é da Agência EFE. A Agência EFE constatou que em duas agências do estatal Banco da Venezuela situadas no Leste de Caracas se paralisou o saque de dinheiro por cidadãos devido à falta de cédulas, segundo disseram funcionários destas entidades sem oferecer mais detalhes. Além disso, trabalhadores de outros seis bancos dos setores público e privado afirmaram que suas empresas estão limitando a retirada de dinheiro devido à escassez de papel-moeda. Um escritório do grupo privado Banesco, por exemplo, libera ao dia um máximo de 20 mil bolívares por cliente (cerca de US$ 6, segundo a taxa referencial oficial), enquanto o estatal Banco do Tesouro disponibiliza um máximo de 50 mil bolívares (US$ 16) a cada cidadão que tenha uma conta de pessoa natural. A Superintendência das Instituições do Setor Bancário (Sudeban) ordenou recentemente aos bancos “dispor e manter cédulas de alta denominação” para o pagamento a idosos, pessoas com incapacidade e aposentados, aos quais pediu que seja entregue “o montante exato solicitado por estes”. No entanto, dois aposentados consultados pela EFE asseguraram que os bancos também limitam a entrega do dinheiro a eles em função da disponibilidade do dia. A Sudeban promove ainda uma campanha nas redes sociais contra o “bachaqueo” (contrabando) de notas, depois que o chefe desse organismo, Antonio Morales, denunciou que cerca de 30% da distribuição de cédulas efetuada pelo Banco Central da Venezuela (BCV) é desviado para a fronteira. O presidente da comissão de Finanças da Assembleia Nacional (parlamento), o opositor José Guerra, afirmou que em julho o BCV imprimiu “623% mais dinheiro” que durante esse mês do ano passado, um “dinheiro criado do nada para financiar uma PDVSA (empresa estatal de petróleo) literalmente quebrada.”

Agência Brasil
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