19 de maio de 2017 | 12:19

Situação política não afeta relações com o Brasil, diz diplomata chinês

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As mudanças na situação política brasileira não afetam as relações bilaterais e o desenvolvimento de uma cooperação pragmática com a China, disse hoje (19) o diretor-geral do Departamento de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhu Qingqiao. Ele destacou que as estatais chinesas priorizam o investimento de longo prazo no Brasil e demais países latino-americanos e caribenhos. “Quando temos uma cooperação com os países, como o Brasil, temos que ter uma visão de longo prazo e estratégica para desenvolver uma cooperação duradoura”, afirmou o diplomata, em entrevista coletiva na sede da representação diplomática, em Pequim. Segundo Zhu Qingqiao, as empresas chinesas, quando fazem investimentos, dão importância às potencialidades do mercado. “Os problemas políticos e econômicos podem, no curto prazo, aumentar os riscos para a cooperação entre as empresas, mas, em geral, não vão causar significativas mudanças”, acrescentou. Para o representante do governo chinês, em momentos de crise, as empresas podem tomar medidas empreendedoras que tragam resultados favoráveis no longo prazo. “Desde o ano passado, as empresas chinesas são muito ativas na aquisição de empresas brasileiras.” De acordo com o Ministério das Relações Exteriores chinês, o país asiático investiu US$ 10 bilhões no Brasil no ano passado, e o estoque acumulado de investimentos chega a US$ 30 bilhões. Os investimentos das empresas estatais chinesas no Brasil concentram-se na área de infraestrutura, sobretudo energia e transportes, e no setor agropecuário. Zhu Qingqiao destacou que o Brasil representa um terço dos intercâmbios comerciais chineses na América Latina e no Caribe. Ele ressaltou a complementaridade das duas economias, pois a pauta exportadora do Brasil para a China concentra-se em commodities agrícolas, minerais e proteína animal. As exportações chinesas estão baseadas em produtos manufaturados. Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil. Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços brasileiro, o intercâmbio comercial entre os dois países em 2016 foi de US$ 58,49 bilhões. As exportações do Brasil para a China totalizaram US$ 35,13 bilhões com um superávit brasileiro de US$ 11,76 bilhões.

Ana Cristina Campos, Agência Brasil
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