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Cláudia Cruz e Eduardo Cunha 26 de maio de 2017 | 11:48

Absolvição de Cláudia veio do ‘coração generoso’ de Moro, diz procurador da Lava Jato

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O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Operação Lava Jato, afirmou nesta sexta-feira, 26, que a absolvição da jornalista Cláudia Cruz, mulher do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), veio do ‘coração generoso’ do juiz federal Sérgio Moro. O magistrado livrou Cláudia dos crimes de lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas nesta quinta-feira, 25. “Nós vamos recorrer, nós discordamos (da absolvição). Cremos que isso decorre muito mais do coração generoso do dr Sérgio Moro e na interpretação de um fato envolvendo a esposa de uma pessoa sabidamente ligada à corrupção. Mas uma pessoa como a sra Cláudia Cruz, jornalista com nível cultural que ela tinha e ausente qualquer justificativa para ganhos dessa natureza do seu marido, que nada mais era que um deputado, então, portanto com ganhos limitados, nós entendemos que é injustificável absolvição”, afirmou. A ação penal na qual Cláudia era ré teve origem em contrato de aquisição pela Petrobrás dos direitos de participação na exploração de campo de petróleo na República do Benin, país africano, da Compagnie Beninoise des Hydrocarbures Sarl – CBH. O negócio teria envolvido o pagamento de propina a Cunha de cerca de 1,3 milhão de franços suíços, correspondentes a cerca de US$ 1,5 milhão. Pelo menos US$ 1 milhão teriam abastecido a conta Kopec, de Cláudia, na Suíça. Moro apontou ‘falta de prova suficiente de que (Cláudia) agiu com dolo’ ao manter conta na Suíça com mais de US$ 1 milhão, dinheiro supostamente oriundo de propina recebida pelo marido. Para o juiz, Cláudia ‘foi negligente quanto às fontes de rendimento do marido e quanto aos seus gastos pessoais e da família’.

Estadão
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