Foto: Dida Sampaio/AE
20 de abril de 2017 | 17:18

Temer minimiza mudanças no projeto de reforma da Previdência

brasil

O presidente Michel Temer minimizou nesta quinta-feira, 20, as mudanças feitas no projeto de reforma da Previdência, que já desfiguraram em diversos pontos a proposta original, reduzindo em mais de R$ 200 bilhões a projeção de economia inicial prevista pela equipe econômica com o novo texto. Para Temer, em nome da aprovação da reforma como um todo, “vale a pena reduzir o déficit”. Ao admitir que a economia pode ser ainda menor do que a prevista pelo governo inicialmente, o presidente declarou: “O que vale a pena: reduzir o déficit em seiscentos e tantos bilhões ou não fazer nada? Eu não vou fixar um número. Se não for R$ 600 bilhões (de economia) será R$ 580 bilhões”. Para o presidente, o que importa é que haverá “uma grande redução do déficit”. Ao falar da importância da aprovação do texto, o presidente disse que sempre há uma “redução substanciosa” e que isso mostra o quanto a reforma será “útil” para a Previdência, “como é útil a reforma trabalhista”.Temer disse ainda que, na votação de quarta-feira, 19, que aprovou a urgência da reforma trabalhista, “ficou evidenciado o apoio do Congresso Nacional”. Mas, ao ser lembrado das dissidências dos deputados da base aliada que derrotaram o governo em plenário na terça-feira, 18, ao não dar os votos necessários para apressar a votação do texto que trata das mudanças das regras das relações de trabalho, Temer disse que “vai avaliar” se os parlamentares dos partidos da base aliada que votarem contra a reforma da Previdência poderão perder seus cargos, caso descumpram a orientação do Palácio do Planalto, já que a reforma trabalhista está funcionando como espécie de teste para a reforma da Previdência. Questionado se a base pode perder cargos, se votar contra, Temer respondeu: “Espero que não”. Diante da insistência dos repórteres se, afinal, iria ou não demitir os rebeldes, Temer declarou: “Isso não sei. Nós vamos examinar no futuro”.A entrevista do presidente foi dada no Itamaraty, após as comemorações do dia do diplomata. Ele resolveu falar, de improviso, para afagar os deputados que atenderam ao apelo do governo e aprovaram o texto na noite de ontem. “No dia anterior não foi aprovado porque nem todos conseguiram votar”, justificou o presidente. “Evidentemente, o que pude perceber ontem é que, pela votação, se você contar os votos, equivalerão a 68%”, disse ele, acrescentando que “287 votos é um bom indicativo para a reforma trabalhista, que vai trazer benefícios para o País”. Ao defender o texto, o presidente salientou que “as regras da reforma (trabalhista) apenas modernizam para incentivar o emprego, como aconteceu com a terceirização”.No caso da reforma da Previdência, Temer não quis prever o placar. “Tenho que esperar. É difícil dizer. Temos que ir trabalhando, ajustando, conversando, dialogando, explicando”, comentou o presidente, reconhecendo as dificuldades, já que, na Previdência, os problemas são maiores que na reforma trabalhista já que são necessários 308 votos na Câmara. “Na Previdência, estamos fazendo todas adequações, todos ajustamentos necessários para que haja aprovação na Câmara e no Senado”, declarou ele, lembrando que, primeiro, “os principais problemas eram do trabalhador rural, do BPC e tudo isso foi ajustado e conversado com as bancadas, quando o relator me levou as principais questões e eu disse que poderia negociar”.

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