Foto: Divulgação/Arquivo
Procurador Paulo Moreno 21 de abril de 2017 | 17:42

Procurador nega participação do Estado em pagamento da Cerb à Odebrecht

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O procurador-geral do Estado da Bahia Paulo Moreno negou que o governo estadual tenha tido qualquer ingerência no acordo pelo qual a Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (Cerb) pagou em 2014 à Odebrecht dívida de R$ 390 milhões, contraída nos anos 80. Segundo o site Bahia Notícias, Moreno disse que foi a própria Cerb quem operou todo o ajuste com a Odebrecht. “(…) não houve nenhuma ação direta do próprio Estado ou da administração direta, mas sim de uma empresa que tem sua autonomia e pelo que se sabe, à época, teria sido um acordo favorável, uma vez que tinha uma confissão da dívida de anos atrás”, afirmou o procurador. Dessa forma, Moreno nega o depoimento do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, segundo quem o acordo foi fechado entre a empresa e o governo da Bahia, tendo o então chefe da Casa Civil do governo, Rui Costa (PT), atuado como coordenador do processo por parte do Estado. A delação serviu de embasamento para o pedido de abertura de inquérito, remetido ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), contra o ex-governador Jaques Wagner, atual secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, no governo de quem a dívida com a empreiteira foi quitada. No relato, Melo Filho relatou que Wagner, em troca do pagamento, teria demandado o repasse de cerca de R$ 30 milhões para campanhas do PT. “Pelo que se sabe havia uma confissão de dívida, aí já não cabia mais nenhum tipo de recurso e obviamente que isso não pode ser atribuído a um governador A, B ou C. A Cerb é uma empresa que tem uma governança própria, tem seus conselhos de administração, fiscal e cada órgão tem sua responsabilidade”, pontuou o procurador. O próprio Wagner, todavia, confirmou, nesta quinta (20), que houve um acordo entre a Odebrecht e a Cerb com aval do governo estadual, comandado por ele em 2014. “A dívida era de R$ 1,4 bilhão. Acabamos fazendo um acordo para pagar R$ 290 milhões em 100 parcelas, em oito anos. Eu só fiz beneficiar. Se acham que foi um mau negócio, aí eu não sei”, afirmou o ex-governador. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sugeriu a investigação do caso.

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