Foto: Emerson Nunes/Política Livre/Arquivo
Senador Otto Alencar é visto como fundamental na chapa com que Rui Costa pretende disputar reeleição 21 de março de 2017 | 10:48

Articulação de Rui Costa faz questão de Otto em chapa de 2018

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A articulação política do governo Rui Costa (PT) trabalha com a idéia de manter o atual senador Otto Alencar (PSD) na chapa com que o governador disputará a reeleição, no ano que vem. Otto poderia se recandidatar ao Senado, onde completará quatro de seus oito anos de mandato em 2018, ou concorrer à vice, cargo ocupado hoje pelo PP com João Leão, que é secretário estadual de Planejamento.

Nesta hipótese, Leão seria deslocado para o Senado, uma vez que sua presença na chapa é considerada também fundamental. Entre os maiores entusiastas da presença de Otto na chapa de Rui em 2018 está o ex-governador e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico Jaques Wagner, cuja candidatura à outra vaga ao Senado é tida como certa. Amigo pessoal de Otto, Wagner acha que sua presença na chapa a tornaria eleitoralmente imbatível.

O arranjo descartaria, evidentemente, a recandidatura da atual senadora Lídice da Mata, do PSB. Como estará encerrando seu mandato no próximo ano, ela acalentava o desejo de mais uma vez integrar a chapa de Rui, ocupando a vice ou mesmo a vaga de senadora, mas, se quiser continuar no mesmo grupo político, terá que concorrer para deputada federal ou à Assembleia Legislativa.

A concepção da nova chapa é favorecida também pelo enfraquecimento do deputado estadual Marcelo Nilo, do PSL, que pretendia tensionar pela disputa ao Senado ou à vice, mas perdeu espaço e força ao não conseguir se reeleger presidente da Assembleia Legislativa. A avaliação que se faz no governo entre os defensores do nome de Otto é o de que, no PSD, ele ainda é o melhor nome para estar na chapa.

Falta operacionalizar a forma como ele disputaria o Senado, já que, no ano que vem, estará cumprindo exatamente a metade do atual mandato, o que pode obrigá-lo a renunciar antes de concorrer de novo.  A maior vantagem para ele seria colocar o filho, Otto Filho, atual presidente da Desenbahia, na sua suplência. Isso lhe permitiria, inclusive, renunciar depois de eleito para permitir a posse do herdeiro político.

Este Política Livre apurou que Otto, no entanto, resiste à proposta. A idéia de manter PSD e PP na chapa de 2018 leva em conta um cenário em que o ex-presidente Lula seria candidato à Presidência da República no ano que vem, mas é defendida com mais vigor para a hipótese de o petista não poder puxar os candidatos do PT nos Estados. A avaliação é de que, neste caso, a dependência do governador em relação a Otto e Leão só aumentaria.

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