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15 de março de 2017 | 11:22

Arrecadação deve ter alta de 1% em fevereiro

economia

Dados preliminares obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo indicam que a arrecadação de impostos e contribuições administrados diretamente pela Receita Federal cresceu quase 1% em termos reais em fevereiro na comparação com igual mês do ano passado. De acordo com técnicos, o dado reforça a ideia de que a arrecadação federal caminha para reverter a trajetória de queda vista durante a maior parte de 2016. A equipe econômica comemora o número como “mais um sinal” de reação da economia, mas há elevado grau de incerteza sobre a tendência.No esforço de mostrar que o pior já passou, a equipe econômica tem repetido como mantra alguns indicadores. O movimento de veículos pesados nas rodovias e a venda de papel ondulado são frequentemente lembrados como sinais de reação. Agora, os impostos começam a ser encarados como um novo argumento já que, com o crescimento registrado em fevereiro, quatro dos últimos cinco meses registraram aumento real da arrecadação federal.A abertura dos dados preliminares, porém, mostra que o movimento ainda não é propagado. Os números indicam que a arrecadação da Cofins, por exemplo, está praticamente igual, em termos reais, à de fevereiro do ano passado. Esse tributo é o que mais rapidamente reflete as variações da atividade econômica. Também o Imposto de Renda, que serve como termômetro, está com os recolhimentos “patinando”.Ou seja, ainda não há indícios suficientes para dizer que a arrecadação esteja refletindo uma melhora no cenário econômico. Eles mostram, sim, que o quadro parou de piorar. “Por certo, podemos falar que se bateu no fundo do poço e, agora, que parou de afundar, mas ainda está muito longe de voltar para a boca do poço”, diz o economista José Roberto Afonso, que ainda não vê motivos para comemoração. Afonso nota que há “brutal dispersão” na natureza da arrecadação federal. Enquanto tributos ligados às instituições financeiras ou o próprio Imposto de Renda na fonte têm mostrado alguma força não há sinais positivos no setor produtivo.

Estadão Conteúdo
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