Foto: Estadão/Arquivo
Geddel Vieira Lima: de ministro mais poderoso de Michel Temer ao completo ostracismo 16 de fevereiro de 2017 | 11:17

Declínio de Geddel tira PMDB da chapa de Neto em 2018

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O declínio do PMDB baiano, representado primeiro pela queda de Geddel Vieira Lima da secretaria de Governo do presidente Michel Temer e, em seguida, pelo fato de o ex-ministro ter se tornado alvo de uma Operação da Polícia Federal derivada da Lava Jato acabou sepultando as chances de o partido integrar a provável chapa com que o prefeito ACM Neto (DEM) deverá disputar as eleições estaduais de 2018 contra o governador Rui Costa (PT).

Desde o início das conversações relativas às composições para a próxima sucessão estadual no campo oposicionista, o PMDB era visto como um parceiro fundamental para não só participar da chapa de Neto como ampliar suas chances de vitória, dada a força que possui tanto no Estado quanto no país, que passou a comandar com o presidente da República depois do impeachment da petista Dilma Rousseff, no ano passado.

O lugar do partido na chapa do prefeito estava reservado ao próprio Geddel, que deveria disputar uma das duas vagas ao Senado a que a Bahia tem direito no próximo pleito. O revés sofrido pelo ex-ministro, no entanto, não anima mais qualquer expectativa entre aliados do prefeito de que ele terá forças para protagonizar algum papel ao lado de Neto nas próximas disputadíssimas eleições.

Não se encontra, entre deputados ligados ao prefeito, um sequer que considere plausível a hipótese de o peemedebista reverter quadro tão desfavorável à sua atual situação política. É consenso que Geddel migrou rapidamente da condição de alguém que tinha enorme poder e influência, como ministro responsável pela articulação política do governo federal, para o do mais completo abandono e ostracismo.

Desde o episódio em que deixou o ministério depois de ter sido acusado de tráfico de influência pelo ex-colega da Cultura Marcelo Calero, Geddel recolheu-se completamente, deixando de participar de qualquer agenda política da Prefeitura, onde, como aliado de Neto, o PMDB fez o vice-prefeito, Bruno Reis, e indicou a secretaria de Mobilidade Urbana, além de alguns outros cargos de segundo escalão.

A hipótese de Geddel ficar fora da chapa em troca da indicação do nome do irmão, o deputado federal Lúcio Vieira Lima, também é descartada pelo conjunto dos partidos que apóiam o prefeito, pretendem marchar com ele em 2018 e passaram a ficar, naturalmente, de olho no espaço aberto com a desgraça do PMDB. Por ser extremamente identificado com o irmão, Lúcio seria visto como um representante nato seu na chapa, podendo afastar o eleitorado do prefeito, é o que alegam hoje.

Na avaliação de membros do grupo do prefeito, a situação do parlamentar peemedebisa piorou depois que ele foi derrotado na disputa recente a uma vaga na mesa diretora da Câmara dos Deputados, fracasso que atribuem mais ao declínio do ex-ministro e ao seu temperamento forte, do tipo que produz muitos desafetos, do que ao próprio Lúcio, figura espirituosa, divertida e de fácil convivência com os colegas de Parlamento.

Uma alternativa, mesmo assim considerada remota, para o PMDB não ser excluído da chapa do prefeito, neste caso, conforme as mesmas análises, seria Geddel indicar um nome neutro para representar o partido, o que, além de não se saber se ele terá forças para fazer até o momento da montagem do grupo, no ano que vem, não é facilmente identificável no panorama atual do PMDB, sem contar que pode não agradar ao próprio Neto.

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