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Neto passou a ser o definidor 27 de janeiro de 2017 | 09:19

Polarização entre Nilo e Coronel coloca eleição na Assembleia no colo de Neto

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A fratura na base governista representada pela polarização entre as candidaturas do atual presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo (PSL), e do deputado estadual Angelo Coronel, do PSD, acabou colocando a definição da eleição na sucessão interna da Casa no colo do prefeito ACM Neto (DEM), situação que o governo estadual mais gostaria de ter evitado.

Com a migração de dois deputados – Manassés e Alan Castro – de seu próprio partido para a candidatura adversária de Coronel, Nilo passou a precisar ostensivamente do apoio de parte da bancada oposicionista para garantir sua reeleição sem risco. Levando em conta o almoço que ofereceu ontem aos aliados, o presidente possui, com o seu próprio, 30 votos, sendo que dois deles pertencentes a deputados da oposição – Targino Machado, do PDT, e Samuel Jr., do PSC – que migraram desde o princípio para a sua campanha.

Para chegar ao patamar mínimo de 32 sufrágios necessários para se reeleger, Marcelo terá que atrair mais dois deputados oposionistas ou muito mais do que isso, dos 19 votos que restam na bancada oposicionista, se quiser minimizar o risco de perder por conta das inevitáveis traições. Se a dependência da oposição por parte de Marcelo se ampliou, a de Coronel é ainda maior.

Ele larga com os 14 votos garantidos por seu partido, o PSD (sete), o PP (cinco) e os deputados Manassés e Alan Castro. do PSL, partido de Marcelo. Se obtiver a totalidade dos 19 votos restantes na oposição, bate facilmente o patamar dos 33 sufrágios, um a mais do que o necessário para ganhar.

Na avaliação de deputados de oposição, o fato de o PT estar fora de sua campanha e de ele precisar do conjunto dos votos da bancada oposicionista torna, em tese, sua candidatura mais palatável ao prefeito ACM Neto (DEM), cuja estratégia de sugerir que os deputados buscassem estender ao máximo o anúncio de seu apoio, fazendo-o só de forma conjunta, prova agora sua validade.

“Isso significa que, se Marcelo ganhar nós teremos que dividir a sua vitória com o governo e o PT e, no caso de Coronel, a oposição e o prefeito ACM Neto (DEM) vão partilhá-la com o PSD, do senador Otto Alencar, e o PP, do vice-governador João Leão, figuras que têm a mesma origem do prefeito e com as quais ele tem interlocução aberta”, diz um parlamentar do DEM.

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