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11 de janeiro de 2017 | 07:18

Florence vê inoperância do governo no sistema prisional

brasil

Líder da oposição no Congresso Nacional, o deputado federal baiano Afonso Florence (PT) criticou o governo de Michel Temer pelas quase 100 mortes em três dias em rebeliões em presídios de Manaus-AM e de Boa Vista-RR. Florence fez comparativo entre os governos do PT (Lula e Dilma Rousseff) e o do peemedebista (herdado de Dilma – após impeachment).“O governo Lula construiu uma política, construiu presídios. O plano de segurança do governo Temer é muito frágil. Parece que ao ministro, que não tem mais condições de continuar ministro, Alexandre Moraes, foi solicitada ajuda federal e não houve. Eu me lembro que Lula e Dilma eram criticados porque forneciam ajuda da Guarda Nacional aos estados quando era solicitada. Não sei os fatores, devem ser investigados”, disse o deputado baiano em entrevista à rádio Metrópole.Ainda de acordo com Florence, existe “uma falta de vontade” do governo Temer em tratar do problema. “Nós já tivemos rebeliões. As brigas entre facções, que controlam o crime organizado no Brasil e atuam também dentro dos presídios, não são novas. Mas acho que tem um problema crônico e há uma inoperância do atual governo de tentar resolver com celeridade o problema”, disparou Afonso Florence. Após uma rebelião que deixou 25 mortos no dia 17 de outubro de 2016, na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Roraima, o governo do Estado encaminhou um ofício pedindo ajuda da Força Nacional de Segurança Pública ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. “Infelizmente, por ora, não poderemos atender ao seu pleito”, foi a resposta de Moraes.No documento, a governadora Maria Suely Silva Campos apontava o caráter de urgência do pedido, “em virtude das proporções dos últimos acontecimentos no Sistema Prisionário de Roraima”. Além de 25 mortos, a rebelião deixou cerca de 100 familiares de presos, que estavam em visita, como reféns. “A situação requer atenção especial por parte deste Ministério, tendo em vista o grande clima de tensão vivido nas últimas semanas, pela população do Estado”, disse a governadora. A justificativa de Moraes foi que, “no momento, a Força Nacional de Segurança estava ocupada com a preparação para operação de enfrentamento de homicídios e violência doméstica”. Na nova rebelião, no mesmo presídio, na última sexta-feira (6), o saldo foi de 33 detentos mortos. Alguns deles, segundo a Secretaria de Segurança Pública de Roraima, além de decapitados (alguns enquanto ainda vivos), tiveram ainda o coração arrancado. No último dia do exercício de 2016, o Ministério da Justiça liberou R$ 44,7 milhões para a construção de um presídio em Boa Vista e aquisição de equipamentos. Esse recurso foi disponibilizado na conta do governo no primeiro dia útil do ano de 2017 e os procedimentos para a construção do presídio e aquisição dos equipamentos já estão em andamento.

Tribuna da Bahia
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