26 de outubro de 2016 | 15:55

Ministro Edson Fachin vota contra desaposentação

brasil

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira, 26, contra a “desaposentação”, que é a possibilidade de recálculo da aposentadoria de volta ao mercado de trabalho. Com o voto de Fachin, o julgamento no STF está empatado em três votos a favor e três votos contra.Fachin acompanhou os votos contrários dos ministros Dias Toffoli e Teori Zavascki. Fachin considerou que é possível alterar o “panorama” benefício previdenciário, desde que pela via legislativa. “A Corte não tem legitimidade para suplantar o Legislativo em relação a benefícios previdenciários”, disse.O ministro avaliou ainda que não há na Constituição dispositivo que vincule a contribuição previdenciária ao benefício recebido. “O princípio da solidariedade justifica a tributação dos proventos de aposentadoria dos servidores públicos ainda que a contribuição previdenciária não reverta em benefício futuro.”Ele acredita que cabe ao legislador estabelecer os critérios pelos quais os riscos seriam protegidos, além de dispor sobre a possibilidade de revisão de cálculo de benefício já recebido. “O legislador elegeu, a seu modo, as regras e critérios a serem observados para cobertura de doença, invalidez, morte e idade avançada”, afirmou. Iniciado em 2010, o julgamento foi retomado hoje pelo plenário da Corte com o voto de Rosa Weber, que havia pedido vista. Ela decidiu acompanhar o voto do relator dos ministros Luís Roberto Barroso e do ministro Marco Aurélio, que votaram a favor da desaposentação há seis anos.Relator das principais ações sobre o assunto, Barroso interrompeu Fachin para explicar que concordava com o entendimento sobre o papel do legislativo no caso. O ministro estipula que a matéria deve voltar ao Legislativo para ser apreciada em até 180 dias. Apenas se isso não ocorrer a regra dele passaria a valer.

Estadão
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