30 de agosto de 2016 | 13:05

Governo da Venezuela e oposição trocam acusações antes de marcha por referendo

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Dois dias antes de uma marcha em Caracas para exigir a pronta realização de um referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro, crescem na Venezuela as acusações dos governistas sobre supostos atos de violência e também as denúncias da oposição de que seus dirigentes são perseguidos.A detenção na véspera do integrante da Vontade Popular Yon Goicoechea, acusado por um governista de ter em seu poder “cordões detonadores para explosivos”, gerou alarme entre a oposição. “Há um exagero repressivo por parte da cúpula governante”, afirmou nesta terça-feira o secretário-executivo da aliança opositora, Jesús Torrealba, ao condenar a prisão de Goicoechea e as buscas em casas de outros dirigentes da Vontade Popular.No sábado, o ex-prefeito Daniel Ceballos foi detido. Também dirigente da Vontade Popular, Ceballos foi acusado de tramar sua fuga e com isso deixou a prisão domiciliar em que estava.Torrealba disse que as horas anteriores à marcha marcada para 1º de setembro são de “perigo” e que o governo está “desesperado” diante da severa crise econômica e da queda na popularidade de Maduro, que está na casa dos 20%.A oposição pretende utilizar a mobilização para impulsionar a coleta nas próximas semanas das assinaturas de 20% dos eleitores necessárias para realizar um referendo revogatório contra Maduro. A oposição aposta em realizar a consulta neste ano, mas o cronograma proposto pelo Conselho Nacional Eleitoral gerou dúvidas de que a votação possa ocorrer antes de 10 de janeiro de 2017. Nessa data se completará mais da metade do mandato de Maduro e, se ele deixar o posto depois disso, os anos seguintes de mandato serão cumpridos pelo vice-presidente.

Estadão
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