26 abril 2024
Enquanto nas ruas de Salvador os candidatos à prefeitura disputam bairro a bairro a preferência dos soteropolitanos, dentro do Palácio Thomé de Souza o clima é de guerra. Tudo começou quando o prefeito ACM Neto (DEM) preteriu a atual vice, Célia Sacramento (PPL), e anunciou o deputado estadual Bruno Reis para a composição da chapa que tentará a reeleição.O estopim aconteceu na semana passada. Em entrevista, Célia criticou a gestão de Neto e levantou suspeita de que o prefeito teria superfaturado as obras de requalificação da Orla da Barra e do Rio Vermelho. Por sua vez, ACM classificou as declarações de Célia como levianas e afirmou que vai processar a vice-prefeita.O que pode azedar ainda mais a relação entre prefeito e vice são as duas exonerações de funcionários ligados a Célia, publicadas no Diário Oficial do Município na última quinta-feira (25). Dois novos funcionários foram nomeados para os cargos. Em conversa com a Tribuna, a vice-prefeita confirmou as demissões e afirmou que elas foram tomadas como represálias pelo gestor.“Deve ser [represália]. Está todo mundo lá trabalhando e de repente o prefeito manda demitir, sem me comunicar nem nada. Só pode ser represália. É bom até perguntar a ele, eu só posso dizer que ele demitiu mesmo. O que foi isso, só ele pode dizer. Ele é o gestor da prefeitura, é um problema dele”, disse ela.Apesar da relação ruim com Neto, ela afirma que vai cumprir seu mandato até o fim do ano. “Eu vou cumprir meu mandato até dezembro. Sou a vice-prefeita da cidade até 31 de dezembro, vou honrar meu povo, não vou abandonar meu povo não, vou continuar fazendo o mesmo trabalho que eu sempre fiz”, afirmou, complementando que: “o povo está decepcionado, as pessoas sempre falaram que o prefeito ia me trair, ia me dar um golpe, apunhalar pelas costas. Sempre ponderei que isso não iria acontecer, quando aconteceu de fato, quem soube está decepcionado”.
Tribuna da Bahia