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Senador Raimundo Lira (PMDB-PB) 26 de junho de 2016 | 08:45

‘De centro, um pouco pra esquerda’, Lira conduz o impeachment

brasil

“O sr. votou pela admissibilidade do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Significa dizer que votará sim pela aceitação do mérito?” No sofá confortável de uma das salas de estar de seu palacete no Lago Sul, em Brasília, o senador Raimundo Lira (PMDB-PB), de 72 anos, presidente da Comissão Especial do impeachment, ouviu a pergunta com um sorriso matreiro de quem fareja o perigo. E assim respondeu: “Pelo fato de eu ter votado na admissibilidade alguns senadores da comissão podem olhar para mim e achar que eu vou votar sim, no mérito. É uma conclusão deles, não minha. Em relação ao mérito da denúncia, a minha posição é de total e absoluta isenção”. O senador abriu a porta social do casarão para o Estado na tarde de um sábado, dia 18. Apresentou o mezanino que abriga a galeria de fotos da família Lira-Figueiredo – as de Cajazeiras (onde nasceu) e Campina Grande (onde se criou e enriqueceu), na Paraíba. Acompanha-o, há 46 anos, a socióloga Gitana Maria Figueiredo Lira, que chama de Gigi. Tem quatro filhos e cinco netos. Dos quatro, os três que casaram tiveram como padrinho o empresário José Alencar Gomes da Silva (1931-2011), compadre de Lira muito antes de habilitar-se a vice-presidente de Luiz Inácio Lula da Silva. O hoje senador estava na reunião que decidiu a entrada de Alencar no veleiro petista. Por conta do amigo, desistiu do voto tucano em seu ex-líder e amigo Fernando Henrique, nas eleições de 94 e 98. Cravou Lula em 2002 e 2006. Votou em Dilma em 2010 e em 2014, “para acompanhar a posição do PMDB”. O senador levou cinco anos para construir o solar do Lago Sul. Não é o único casarão de sua recheada carteira de imóveis. O outro, em Campina Grande, tem 1.600 m² de área construída – pouco maior que um campo de futebol soçaite. O do Lago Sul “é um pouco maior” em área construída. Tem ares de casa de fazenda e, para onde se olhe, é um museu de arte, principalmente a paraibana.

Estadão
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