Afinal, Otto joga sozinho ou com Rui em relação a Alice?

Apesar de não ter empunhado sua pré-candidatura à Prefeitura de Salvador de maneira firme num primeiro momento, a deputada federal Alice Portugal (PCdoB) conseguiu dar ares de irreversibilidade à iniciativa no momento em que obteve o apoio do PSD de Otto Alencar a seu nome.

Alice não está mais sozinha, como o PT, partido do governador Rui Costa, pensou que ficaria. E, para completar, o PSD não é um partido qualquer. Trata-se hoje da mais importante agremiação da base de apoio do governador Rui Costa, liderada na Bahia por um senador da República de luz própria, Otto Alencar.

Além de ter dado uma demonstração de competência política, o movimento do PCdoB que resultou na atração do senador para o seu lado revela o quanto o PT se atrasou em relação à sucessão municipal. Os petistas pretendiam se reunir apenas hoje, portanto, bastante tardiamente, para discutir mais detidamente o assunto.

Mas o que o mundo político está ansioso para saber mesmo é se Otto resolveu apoiar Alice de forma combinada com o governador ou se a iniciativa é reveladora da autonomia de que desfruta hoje no grupo político de Rui Costa e que começa a exercer de maneira mais clara apenas agora na sucessão de Salvador.

Por que o desgarramento dos dois partidos – PCdoB e PSD – com relação ao petismo, que parecia impossível até recentemente, agora se revelou em toda a sua concretude. Não há como não prever que, independentemente do resultado das urnas, o PCdoB contraiu uma dívida de gratidão com o PSD.

E que o fato terá desdobramentos tanto agora quanto no futuro. 2018, por exemplo.