Foto: Montagem/Política Livre
02 de maio de 2016 | 07:32

Quatro baianos no páreo nacional, por Raul Monteiro

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Pelo menos quatro baianos já circulam como eventuais nomes para ocupar posições nacionais com a ascensão do provável governo Michel Temer (PMDB), em decorrência da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) pelo Senado. O peemedebista Geddel Vieira Lima já aparece como um dos braços direitos do futuro novo presidente com cadeira cativa em um dos ministérios peemedebistas que ele pretende que seja da articulação. Aliás, Geddel já fala como representante do novo governo, mandando recados, inclusive, para o governo da Bahia, onde Rui Costa (PT) tem resistido à ideia de afastamento da presidente.

Do lado do DEM, pelo menos dois nomes são mencionados como prováveis indicações do partido que tem, entre suas lideranças nacionais, o prefeito de Salvador, ACM Neto. Além do deputado federal José Carlos Aleluia, que já ocupou posições de destaque no governo federal por ocasião da liderança do ex-governador ACM, outra figura que aparece com chances de emplacar uma posição num eventual futuro governo Temer é o ex-governador e ex-senador Paulo Souto, atual secretário municipal de Finanças, cujo perfil eminentemente técnico já foi testado e é reconhecido por todos, numa prova de que não faria feio em Brasília.

Não necessariamente num cargo do novo governo, mas em posição de ajudá-lo desde o Congresso, quem aparece é o baiano Jutahy Magalhães Jr., deputado federal do PSDB com fortíssimas ligações com o senador José Serra, nome praticamente já confirmado para o Ministério das Relações Exteriores. Com acesso direto ao vice-presidente Michel Temer, Jutahy emerge como um quadro forte para disputar, com grande competitividade, o cargo de presidente da Câmara dos Deputados, em eleição que deve ocorrer, ainda, no entanto, só no final do ano, portanto muito depois da montagem do atual governo.

Ao contrário de Geddel e Jutahy, com relações pessoais diretas com Temer, os nomes do DEM baiano precisariam, para florescer, de um certo aval do prefeito de Salvador, ele próprio um ex-colega de Temer da época em que foi deputado, período em que os dois se aproximaram muito. Não deve ter sido por acaso que Neto fez uma viagem inicialmente sigilosa na semana passada a Brasília, onde teve a oportunidade de jantar com o vice-presidente, fato que ele próprio revelou em conversa com jornalistas num evento no Palácio Thomé de Souza.

Se for contar a história recente, Neto já havia prestado um serviço e tanto ao vice, no período em que Temer assumiu temporariamente a articulação política de Dilma Rousseff. Também num jantar no qual se fez acompanhar de deputados baianos do DEM, o prefeito se comprometeu com o vice-presidente a dar os votos da bancada a um arremedo de reforma fiscal que o governo petista ensaiava timidamente. Assim foi feito, embora a bandeira da reforma tenha sido abandonada logo depois por Dilma, em atitude abertamente populista. Pelo preço que Aleluia pagou na época, talvez seja dele o direito no DEM de ficar com o ministério.

* Artigo publicado originalmente no jornal Tribuna da Bahia

Raul Monteiro*
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