26 abril 2024
Pré-candidato declarado do PT à Prefeitura de Salvador, o ministro Juca Ferreira publicou hoje um bem escrito artigo sobre a recriação do Ministério da Cultura, que dirigiu até o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), no jornal Folha de S. Paulo.
No texto, fala do seu espanto com a enorme repercussão da extinção da pasta, que levou o presidente interino Michel Temer (PMDB) a recuar e recriá-la, enfatizando o fato de largas faixas da população terem abraçado a causa pela manutenção do MinC.
Com efeito, Juca sai da batalha com ares de vitorioso. Afinal, a campanha pela recriação do Ministério contou com seu denodado esforço e liderança, proporcionada pela excepcional rede de relações que criou no tempo em que o dirigiu. Mas atribuir a recriação à reação da sociedade é apenas uma parte da verdade.
Melhor seria dizer que as corporações incrustadas na pasta, entre as quais se incluem os artistas da Rede Globo, que também entrou na campanha contra a extinção do Ministério, ganharam o máximo de visibilidade, permitida, principalmente, pela adesão da emissora à campanha.
Portanto, está longe de ser um movimento de quase massa, como sugere Juca. Quanto ao trabalho executado pelo MinC que justificaria toda a vitoriosa grita, o ex-ministro petista ficou devendo pelo menos uma lista razoável de feitos de sua pasta aos leitores da Folha.
Quem sabe, num próximo artigo…