01 de julho de 2015 | 21:11

‘Fazia parte de um lobby você estar bem com o partido’, diz delator

brasil

O lobista Julio Gerin Camargo confirmou à Justiça Federal o pagamento de propina em contratos que intermediou na Petrobras, via Diretoria de Serviços, que teriam como destino o PT. Ouvido pelo juiz federal Sérgio Moro, o delator disse que fez doações ao PT a pedido do ex-tesoureiro João Vaccari Neto para “estar bem com o partido”.”O doutor Vaccari me procurou nos anos de 2008, 2010 e 2012 dizendo que precisava de doações, como todo partido precisa, e seu eu podia ajudar e cooperar. E evidentemente era o interesse meu, que obtinha sucesso com os contratos (da Petrobras), de estar evidente favorável ao poder”, afirmou Camargo, em depoimento na tarde desta terça-feira, 30, em Curitiba – sede da Lava Jato.Ouvido em processo em que Vaccari e o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, são réus acusados de ocultação de propina desviada de contratos da Petrobrás ao PT por meio de uma gráfica de São Paulo.Camargo foi questionado pelo procurador Roberson Pozzobon se os pedidos de doação ao PT de Vaccari eram explicitamente associados por ele aos contratos e o que ele quis dizer ao citar “estar bem com o poder”.”O PT era e é o partido do governo. E o partido que nomeava então seus diretores na Petrobras, ou então, quando eram indicados por outros partidos, o PT, no final, ou a presidente da República tinha que aprovar esses nomes. Então evidentemente fazia parte de um lobby você estar bem com o partido.”Camargo diz nunca ter havido por Vaccari citação nominal aos contratos. O ex-tesoureiro, preso em Curitiba desde março, nega envolvimento em esquemas criminosos. Segundo ele, toda doação do partido foi legal.

Estadão Conteúdo
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