02 de julho de 2015 | 10:14

EUA pedem extradição de Marin e de outros cartolas presos na Suíça

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O governo dos Estados Unidos pediu oficialmente a extradição do ex-presidente da CBF José Maria Marin, preso desde o dia 27 de maio em Zurique, após acusação, juntamente com outros membros da Fifa, de corrupção. O pedido de extradição inclui os demais seis cartolas da entidade que também estão presos na Suíça há um mês, entre eles o ex-presidente da Conmebol, Eugenio Figueredo, e Jeffrey Webb, ex-vice-presidente da Fifa. O processo de extradição, porém, promete ser longo e advogados envolvidos no caso revelaram à reportagem que acreditam que Marin poderá ficar na prisão na Suíça até o fim do ano. Nos Estados Unidos, ele foi indiciado por corrupção, lavagem de dinheiro, fraude, por ter recebido milhões de dólares em subornos relativos a contratos comerciais na Copa do Brasil e Copa América. No ano que vem, os EUA vão sediar uma edição especial da Copa América. Se for condenado, o ex-presidente da CBF, de 83 anos, poderia pegar até 20 anos de prisão nos EUA. A partir desta quinta, a Justiça suíça vai convocá-lo para uma audiência, interrogando o brasileiro sobre os crimes indicados pelos americanos. As autoridades da Suíça, então, darão prazo de 14 dias para que seus advogados contestem a extradição. Esse prazo poderia ser ampliado por mais 14 dias, se solicitado. A Justiça da Suíça precisará de “algumas semanas” para tomar uma decisão sobre a extradição do brasileiros e dos demais membros da Fifa. Ela apenas poderá ser realizada se os crimes indicados pelos americanos também sejam considerados atos ilegais na Suíça. Numa primeira avaliação, no momento da prisão de Marin, às vésperas das eleições para a presidência da Fifa, os suíços sugeriram que existia fundamento para um pedido de extradição. Caso seja aprovada, Marin tem ainda duas possibilidades para apresentar recurso num processo que promete se arrastar. O primeiro seria no Tribunal Penal da Suíça, numa ação que poderia levar dois meses. Caso o ex-dirigente seja derrotado, seus advogados ainda podem recorrer ao Supremo Tribunal da Suíça, o que alongaria o caso por mais três meses. Enquanto isso, Marin dificilmente será autorizado a cumprir prisão domiciliar, apesar da idade avançada.

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