Rui pode enquadrar vereadores do PT e aliados contra Neto

Em reforço à tese de que a eventual vitória da presidente Dilma Rousseff no segundo turno das eleições, no próximo dia 26, não dará vida fácil a ACM Neto (DEM) na Prefeitura, partidários do governador eleito, Rui Costa (PT), dizem que uma das primeiras medidas que ele poderá tomar no próximo ano será enquadrar não só a bancada do PT na Câmara Municipal, cuja maioria dos membros tem sido simpática ao prefeito, como os vereadores de partidos aliados ao governo na Assembleia, a exemplo do PP e PSD.

“Não se engane, amigo, Rui Costa vai dar uma chamada nos vereadores petistas e nos outros de partidos aliados para saber que história é essa de votar com Neto na Câmara Municipal de Salvador”, diz ao Política Livre um vereador do PT, indignado com a postura da maioria dos colegas de partido na Casa de ter se aproximado de ACM Neto em votações polêmicas, como a do aumento do IPTU, no passado, e a da desalienação de terrenos municipais, ocorrida mais recentemente na Casa, ambas criticadas pela direção municipal do partido.

Segundo ele, embora não queira prejudicar a cidade, Rui tem consciência plena de que, no longo prazo, o prefeito será provavelmente seu principal adversário em 2018, quando o governador deverá disputar a reeleição, motivo porque acha que ACM Neto não pode ter vida política fácil. O mesmo vereador avalia que um posicionamento claro do governador eleito sobre a Câmara pode afetar, inclusive, a sucessão à presidência do Poder Legislativo municipal, para a qual o atual presidente, Paulo Câmara (PSDB), aliado do prefeito, é favorito.

“Se é verdade que a questão do posicionamento dos vereadores será tratada com cuidado pelo futuro governador, não tem porque a presidência não entrar no pacote, uma vez que, no modelo político atual, fazer o presidente da Casa é fundamental para o relacionamento entre o prefeito e o Legislativo funcionar sem sobressaltos”, acrescenta. Segundo ele, Rui espera apenas tomar posse para ter um encontro pessoal com a bancada municipal do PT, atitude que o governador Jaques Wagner nunca adotou nestes dois mandatos.