Foto: Montagem Política Livre
Lídice, Souto e Rui: disputa com segundo turno 25 de agosto de 2014 | 09:37

Horário eleitoral e segundo turno, por Raul Monteiro

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O horário eleitoral completa uma semana amanhã em todo o país provavelmente sem conseguir gerar grande impacto nas intenções de voto para a presidência da República, governos dos Estados, Senado e casas legislativas estaduais e federal, sua razão de existir. É o que dizem as primeiras pesquisas para consumo interno de candidatos realizadas a partir do início da propaganda política, iniciada na terça-feira da semana passada, as quais continuam captando o desinteresse letárgico da população pelo universo político e seus protagonistas.

A tradição aposta em pelo menos duas semanas de exposição do nome, marca e propostas dos candidatos – além, naturalmente, de eventuais embates entre eles – como tempo suficiente para que o horário eleitoral cumpra o papel de iniciar o convencimento do eleitorado. É natural que a ansiedade seja maior entre os candidatos que, de acordo com as pesquisas, se encontram em posição inferior na preferência do eleitorado, caso do candidato do PT ao governo, Rui Costa, que vem empatando tecnicamente até aqui com a candidata do PSB, Lídice da Mata, na segunda posição.

Ansiedade, aliás, ampliada pela aposta explícita do governador Jaques Wagner (PT) na propaganda no rádio e televisão como forma de garantir a seu candidato a exposição positiva necessária à alavancagem de seu nome junto aos eleitores baianos que, de acordo com as mesmas sondagens, simplesmente o desconhecem como político, bem como o apoio com o qual conta por parte da presidente Dilma Rousseff (PT) e do ex-presidente Lula, personagens que vêm ocupando espaço no horário do petista exatamente com o objetivo de preencher esta lacuna.

Embora não se fale sobre o assunto abertamente na campanha de Rui, uma meta foi fixada no seu comando com relação à expectativa eleitoral sobre o candidato que coincide com o cumprimento do prazo de duas ou três semanas desde o início da propaganda no rádio e na TV. Ela dá conta de que, ao fim deste período, ele precisa pelo menos duplicar os percentuais de intenções de voto que hoje registra nas pesquisas, distanciando-se da adversária do PSB e aproximando-se do líder das sondagens, o candidato do DEM, Paulo Souto.

O objetivo leva em conta um outro pressuposto: o de que a disputa deve e precisa ser levada ao segundo turno, onde Rui enfrentaria Souto com o apoio de Lídice e de quantos outros candidatos – todos nanicos – sejam capazes de se juntar a ele. Não é por outro motivo que a campanha de Rui escolheu como alvo preferencial para uma virtual polarização o candidato do DEM. Desta forma, mira o líder nas pesquisas que pretende desbancar e poupa quem pode, eventualmente, lhe apoiar mais à frente. É o que ele pode fazer, por enquanto, no campo de variáveis supostamente controláveis.

* Artigo publicado originalmente na Tribuna da Bahia.

Raul Monteiro*
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