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Candidata ao Senado pelo PSB, Eliana Calmon 04 de agosto de 2014 | 06:40

Eliana reafirma sua posição contra a redução da maioridade penal

bahia

“Para muitos jovens brasileiros, o primeiro documento continua sendo a ficha policial”. Defensora da maioridade penal, a ministra aposentada do Superior Tribunal de Justiça e candidata ao Senado pelo PSB, Eliana Calmon, reafirmou sua posição durante encontro com jovens do Instituto Stive Biko e de Ongs ligadas à educação, juntamente com a candidata ao Governo, Lídice da Mata, realizado no Museu Eugênio Texeira Leal, no Pelourinho, na tarde deste sábado (02). Eliana apresentou razões técnicas para a manutenção da maioridade de 18 anos no Brasil. Membro do Conselho Permanente de Segurança da ONU, que mapeia as causas da violência na América Latina, ela explicou que os jovens que se envolvem com a criminalidade têm um perfil que se repete: negros e pardos, moram em lares desestruturados e com pouca instrução. “O Brasil ainda detém a marca por ser um dos países da América Latina campeões em falta de registro civil. O problema não está na idade e sim na falta de políticas públicas que garantam escola de qualidade e cidadania a esses jovens, que, por falta de opções de educação, emprego e atividades culturais e esportivas acabam deslocados para o caminho mais ‘fácil’, o das drogas e do tráfico”, denuncia a ministra. Eliana Calmon criticou também o sistema de ressocialização dos jovens que cometem crimes, que segundo ela, funciona apenas como reclusão e não recupera os meninos e meninas que na maioria das vezes voltam a praticar crimes. “Faltam políticas públicas e vontade. O Brasil não precisa de leis e sim de que essas leis sejam colocadas em prática. Temos exemplos interessantes, como acontece no Piauí, onde um projeto aproxima as famílias das escolas públicas. Precisamos também de ações de lazer, cultura, esporte e educação de qualidade. Uma criança na escola custa oito vezes menos que um presidiário para os cofres públicos”.

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