28 de julho de 2014 | 15:30

Dono de comitê de Campos diz que espera ganhar ‘unzinho’

brasil

O dono da “Casa de Eduardo e Marina” inaugurada nesta segunda-feira, 28, pelo candidato a presidente Eduardo Campos e sua vice Marina Silva, Edvaldo Sevino, deu a entender em gravação em vídeo para a própria equipe de campanha que teria uma expectativa de retorno financeiro em ceder o espaço de sua residência, em Osasco, na Grande São Paulo. Sevino fez um gesto com a mão e disse esperar “receber unzinho” ao ser questionado por que quis fazer uma “Casa de Eduardo e Marina”. Aos moldes das “Casas de Marina”, em 2010, as casas são espaços que a campanha chama de “autorais”, em que cidadãos comuns abrem suas residência e envolvem-se voluntariamente com atividades da campanha. Quando a gravação foi feita, Campos já havia seguido para outro compromisso. Marina, ao saber do ocorrido, ficou visivelmente irritada e disse a um assessor: “Isso é muito grave”. Pouco depois, questionada por jornalistas sobre o episódio, Marina disse que a questão será apurada mas que é uma prática rechaçada por ela e pela Rede Sustentabilidade. “Não trabalhamos dessa forma, nunca fizemos esse tipo de coisa e isso nem pode de acordo com a lei”, disse Marina. “Se existe essa expectativa (de retorno financeiro), essa expectativa é com certeza frustrada do ponto de vista dos nossos valores éticos, do ponto de vista do conceito do que são as casas e do ponto de vista legal”, completou. Marina argumentou ter ficado evidente que nem ela nem a equipe de campanha estavam sabendo de qualquer possível oferta de compensação financeira a Sevino, pois foi a própria equipe de filmagem da campanha fez a gravação. Marina lembrou também que ela havia ficado “emocionada” quando Sevino contou a ela na inauguração quanto ganhava por um dia de trabalho e que havia abdicado de trabalhar hoje para participar do evento. A candidata a vice-presidente fez ainda uma ressalva para que se considere as condições de vida de Sevino e a cultura política do Brasil. “Infelizmente eles estão acostumados com o padrão de campanha feito por muitos segmentos”, afirmou Marina.

Ana Fernandes e Isadora Peron, Agência Estado
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