13 de abril de 2014 | 14:27

Empresário alvo de ações acusa delator do cartel de receber propina

brasil

O empresário italiano Massimo Giavina Bianchi, acusado de ligação com o cartel metroferroviário que atuou em São Paulo entre 1998 e 2008 – governos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, todos do PSDB – diz que “está muito chateado”. Denunciado à Justiça como diretamente favorecido em 4 de 5 contratos do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Giavina atribui o cerco da promotoria à sua fama. “Sou famoso. Giavina é o cara que sabe das coisas. E realmente sei!” Diretor presidente da T’Trans Sistemas Ferroviários ele mira o delator do cartel, Everton Rheinheimer, ex-executivo da Siemens que em 2013 fez acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). “É um escroto. Ele desceu de paraquedas na Siemens, é muito prepotente.” Giavina é o primeiro alto dirigente do cartel a reagir publicamente desde que o escândalo foi revelado. Ele sugere que Rheinheimer recebia propina de outras empresas. O indício de que dispõe ele retira de uma pilha de papéis que mantém em seu escritório, no Alto de Pinheiros: a cópia de uma carta do empresário Maurício Memória, da Temoinsa do Brasil, para o delator, datada de 4 de dezembro de 2002. “Vou cumprir na integra o que ofereci”, diz Memória, referindo-se a um pagamento de R$ 1,5 milhão.

Fausto Macedo, Agência Estado
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