27 de setembro de 2010 | 12:15

EXCLUSIVO: Debandada de peemedebistas da campanha de Dilma visaria fortalecer Geddel e seu grupo

Os prefeitos peemedebistas que resolveram romper o compromisso com a candidatura presidencial de Dilma Roussef (PT) depois do desprezo da petista com relação ao candidato do PMDB a governador, Geddel Vieira Lima, não agem assim exclusivamente por fidelidade ao líder baiano, mas a partir de uma avaliação tática de que o segundo turno no plano nacional é fundamental para o grupo como um todo.

Na verdade, os gestores mais ligadas ao candidato do PMDB acreditam que a disputa em dois turnos é a única forma de reabilitarem Geddel frente à cúpula nacional do PT, para a qual ele deixou de ter valor, conforme expressou a própria Dilma em Salvador, por conta de sua baixa performance nas pesquisas. “Se a fatura for liquidada no primeiro turno, Geddel pode ser destroçado antes do sucessor de Lula tomar posse”, diz um deles ao Política Livre.

Por “destroçado”, ele avalia a possibilidade de Geddel ser forçado pelo grupo político do governador Jaques Wagner (PT) a abrir mão do ministério da Integração Nacional, no qual fez sucessor o aliado baiano João Santana, antes mesmo de o presidente Lula deixar o cargo, na hipótese de Dilma se eleger no primeiro turno, o que traria consequências nada positivas para o grupo peemedebista como um todo.

O quadro mudaria na eventualidade de realização de um segundo turno por um motivo simples: independentemente de seu resultado nas urnas, Geddel passaria a ser cortejado de novo tanto pelo grupo de Dilma quanto por setores ligados a qualquer dos candidatos que vá para o segundo turno com ela. No caso de José Serra, do PSDB, trata-se de um quadro com o qual Geddel tem ótimas relações desde a época do governo Fernando Henrique Cardoso.

“Segundo turno, todo mundo sabe, é uma nova eleição. E Geddel, diferentemente de hoje, como qualquer liderança, vai ser chamado a negociar com as campanhas que forem à disputa, como todos os players políticos”, diz o mesmo prefeito, confirmando que, de fato, os gestores do PMDB abandonaram a campanha de Dilma para se articular com José Serra ou com a candidata presidencial do PV, Marina Silva, aproveitando a “Onda Verde”.

Ele citou como exemplo uma carreata importante que o partido fez para o candidato peemedebista neste final de semana em Itabuna. “Me mostre uma foto com algum material de campanha de Dilma na carreata. Se vocë obtiver, pode revelar meu nome em sua reportagem”, brincou o gestor, declarando que fará pessoalmente o que puder para que haja segundo turno na eleição presidencial.

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