24 de março de 2010 | 17:25

EXCLUSIVO: Jonas Paulo comemora aliança com Borges e diz que proporcional não deve preocupar petistas

Jonas Paulo fala que chapão não deve ser motivo de preocupação (crédito: A Tarde)

Em conversa há pouco com o Política Livre, o presidente estadual do PT, Jonas Paulo, praticamente comemorou, pela primeira vez, abertamente, o fechamento da aliança do governador Jaques Wagner com o senador César Borges (PR), destacando que o petista celebra, na Bahia, uma aliança que envolve a imensa maioria das forças do governo de coalizão liderado pelo presidente Lula.

Ele ainda ironizou o PMDB, que afastou-se de Wagner, apesar de ter integrado o governo até o ano passado, para lançar a candidatura do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) ao governo, ao afirmar que “infelizmente” o partido “buscou um caminho diferente, contrariando a estratégia nacional, que é a de aglutinar as forças da base do presidente nos estados”.

Pela primeira vez, o presidente petista também expôs a visão do partido sobre a composição da chapa proporcional, motivo de preocupação principalmente entre os deputados estaduais e federais da legenda, que temem ver suas eleições inviabilizadas pela amplitude da coligação exigida pelos aliados. “A discussão proporcional não é ideológica nem programática, é aritmética e eleitoral”, disse Jonas.

Ele esclareceu que o objetivo do PT é construir uma maioria sólida na Assembleia Legislativa e na bancada federal até para que a governabilidade não seja “um pesadelo”, na Bahia, e, no plano federal, os parlamentares possam articular recursos federais para o Estado. Segundo Jonas, o PT tem como objetivo aumentar sua bancada federal em 20% – chegando a 10 deputados – e a estadual, entre 30% e 40%.

Isso significaria eleger entre 13 e 14 deputados à Assembleia Legislativa. Segundo Jonas, o lançamento de duas coligações de deputado estadual, como alternativa para que o PT não perca posições, como ocorreria, supostamente, num chapão com todos os partidos juntos, não corresponde à realidade, porque já está previsto o registro de mais de 200 candidatos ao Legislativo estadual entre as legendas aliadas.

“Só o PT tem 53 candidatos a estadual. Pode ter até três coligações na disputa à Assembleia. Não importa. Hoje temos seis partidos, sem contar, oficialmente, com o PR. Deveremos chegar a 10 ou 11. Quanto mais candidatos proporcionais, melhor para a majoritária, porque isto lastreia a campanha ao Executivo”, disse Jonas, lembrando da sucessão municipal em Salvador, no ano passado, como uma lição.

“(O prefeito) João Henrique em Salvador tinha mais de 400 candidatos a vereador e (Walter) Pinheiro (candidato do PT contra o prefeito) tinha 120. Isto ajudou muito o prefeito, porque deu capilaridade à sua campanha na capital. Agora, vamos buscar com que todas as forças cresçam”, disse, observando que o PT vai focar na estratégia de aumentar “as condições gerais de elegebilidade dos atuais detentores de mandato do partido”.

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