19 de março de 2009 | 18:28

EXCLUSIVO: “2010 é um debate que faço com meu partido, não com o governador”, diz Pinheiro

Por Raul Monteiro 

Na mais concorrida solenidade já realizada até agora pelo governo Wagner, o deputado federal Walter Pinheiro tomou posse hoje à tarde, na Fundação Luis Eduardo Magalhães, no cargo de secretário estadual de Planejamento, em lugar do economista Ronald Lobato, com um discurso emocional, em que lembrou os momentos difíceis vividos ao lado da família, cujos membros fez questão de citar um a um.

Pinheiro lamentou o preconceito contra o fato de ser um técnico em telecomunicações que substitui um economista, lembrando, entretanto, que exercerá seu cargo voltado não para questões técnicas, mas com uma visão de seu papel social. Em entrevista exclusiva ao Política Livre após o evento, ele negou a possibilidade de exercer qualquer atividade de articulação política através da pasta.

Também disse não temer eventuais confrontos com os secretários Rui Costa (Relações Institucionais) e Eva Chiavon (Relações Institucionais), áreas em que, desde o início, se imaginou que poderá interferir. E adiantou que não negociou a  desistência a uma eventual candidatura ao Senado na chapa do governador em 2010 ao aceitar o cargo de secretário de Planejamento. Confira a entrevista:

Política Livre – O senhor está sendo apontado como uma espécie de super-secretário. O que o senhor vai fazer afinal no Planejamento?

Walter Pinheiro – O governo Wagner não tem super-secretaria. O governo Wagner tem secretarias. A secretaria do Planejamento é uma das secretarias conhecidas como do sistema, do núcleo. Tem uma mudança. Eu devo participar a partir de agora da coordenação política de governo, mas a secretaria sempre desempenhou um papel que foi um papel de interrelação, de ligação, até porque compete ao Planejamento não só o acompanhamento da execucação (orçamentária), mas principalmente a implementação do que é o programa do governo. Então, a minha tarefa vai ser isso, além da relação com o governo federal, com os projetos em nível nacional.

Política Livre – É verdade que o senhor vai passar também a coordenar a articulação política do governo?

Walter Pinheiro – Não, não! A coordenação política do governo é feita pelo secretário Rui Costa (Relações Institucionais). Eu não tenho nenhuma tarefa nisto.

Política Livre – E na gestão, o senhor vai se envolver?

Walter Pinheiro – A gestão, a secretaria estadual de Planejamento já trabalha com gestão. A execução orçamentária é uma gestão. O acompanhamento da execução orçamentária é uma gestão.

Política Livre – O senhor não teme algum tipo de confronto com os secretários Rui Costa e Eva Chiavon (Casa Civil)?

Walter Pinheiro – Pelo contrário. Com Eva e com Carlos Martins (secretário estadual da Fazenda), tanto com Rui (Costa), nós vamos ter um trabalho ultra-afinado, um trabalho que se complementa, não um trabalho que disputa.

Política Livre – O senhor negociou com o governador a sua candidatura ao Senado em 2010 ou nunca mais pretende voltar a Brasília?

Walter Pinheiro – Não, não teve nenhuma conversa com o governador sobre 2010. Fizemos uma conversa sobre a secretaria do Planejamento, mas não sobre 2010.

Política Livre – Então, o senhor pode ser candidato a senador em 2010?

Walter Pinheiro – 2010 é um debate que eu não faço com o governador, eu faço com o meu partido e, portanto, este é um debate posterior.

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