27 de agosto de 2008 | 08:44

Acadêmico nigeriano chama atenção para risco sobre futuro do Iorubá

Especialista em línguas e textos oraculares, o nigeriano Wande Abimbolá traçou um quadro pouco animador do futuro da cultura africana, no encerramento do Seminário Internacional Criatividade Âmago das Diversidades Culturais – A Estética do Sagrado, no último sábado, em Salvador, que homenageou o mestre Didi. Abimbolá acusou a existência de um genocídio cultural na África. “O genocídio não é só de vidas e corpos, mas da cultura”. O idioma iorubá, por exemplo, está em declínio, virando um mix de línguas, com o inglês dominando.  A forte influência de sacerdotes cristãos nos países africanos é uma das causas desse declínio. “Esses sacerdotes rezam missas em inglês utilizando algumas palavras em iorubá”. Essa estratégia de comunicação tem funcionado tanto para atrair fiéis como para contaminá-los no idioma, pontua o ex-reitor da Universidade de Ifé. Perserverar  o idioma iorubá tem sido um desafio. No mundo, hoje, só existem dois Alapinis, sacerdotes  detentores do conhecimento tradicional iorubano. Um deles vive na África. O outro é Mestre Didi, na Bahia.  “A imensa contribuição de Mestre Didi para os africanos  deve ser reverenciada por todos nós”, disse Abimbolá. 

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