25 de outubro de 2007 | 18:13

“Folha secreta” teria abalado confiança do governo em Jorge Solla

Informes chegados agora a este blog dão conta de que, apesar de manter a pose, o governo tomou um susto com as denúncias do deputado João Carlos Bacelar (PTN) sobre a existência de uma folha de pagamento “secreta” na Secretaria de Saúde, na qual médicos apareceriam ganhando até R$ 30 mil.

De acordo com uma fonte governista, figuras próximas ao governador Jaques Wagner teriam avaliado que a Secretaria cometeu uma imprudência ao pagar os valores, da ordem de R$ 3 milhões, relativos a dois meses de serviços prestados por médicos, como “indenização”, um expediente impróprio para fazer frente a remunerações salariais.

Na base da medida, estaria a insistência do secretário Jorge Solla em romper, a qualquer custo, o convênio com a Coopamed – cooperativa pela qual a gestão passada contratava médicos para o Estado -, sem ao menos ter tido tempo hábil para definir uma entidade para substituir a instituição nesta tarefa.

Sob o risco de ficar sem o atendimento de médicos de especialidades de alta complexidade que se negavam a assinar contratos com o Reda, a Secretaria teria optado por permitir que eles continuassem trabalhando com a promessa de identificar depois a fonte pagadora, o que foi, finalmente, conseguido por meio da indenização.

Hoje, há forte temor de que a descoberta de João Carlos Bacelar possa ser interpretada como desvio de finalidade e até permita enquadrar o governo na lei de responsabilidade fiscal, trazendo mais desgastes para a administração estadual, mesmo que se prove que não houve desvio ou direcionamento de recursos.

“Está provado que Solla pode ser um ótimo consultor. Como gestor, até agora, tem sido uma negação”, disse outra fonte do governo a este blog.

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