/

Home

/

Noticias

/

Brasil

/

Para líderes, Bolsonaro humilha Tarcísio ao impulsionar Flávio à Presidência; governador se cala

Para líderes, Bolsonaro humilha Tarcísio ao impulsionar Flávio à Presidência; governador se cala

Desde que candidatura de senador foi lançada, ele não se manifestou sobre ela

Por Mônica Bergamo/Folhapress

08/12/2025 às 17:00

Foto: Alan Santos/PR/Arquivo

Imagem de Para líderes, Bolsonaro humilha Tarcísio ao impulsionar Flávio à Presidência; governador se cala

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas

O lançamento da candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República, com a benção do pai, Jair, teve um efeito imediato: mostrar para as lideranças políticas de diferentes partidos que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) segue sem autonomia política e não é dono do próprio destino, pois tem que se submeter sempre aos desígnios da família do ex-presidente.

Desde que a candidatura de Flávio foi lançada, o governador permaneceu em silêncio.

Segundo dirigentes de diferentes legendas, a família Bolsonaro diminuiu Tarcísio perante outros líderes —e faz com que sua palavra em negociações políticas fique desacreditada, já que as decisões principais não passam por ele —mas, sim, pelo ex-presidente e seus filhos.

Resumindo: ele tem um chefe, afirma um dos dirigentes.

Uma segunda liderança do Centrão afirmou que a situação criada com o lançamento de Flávio "é até humilhante" para o governador, que "passou os últimos dois meses se comportando, nos bastidores, como se fosse candidato a presidente da República".

De acordo com o mesmo dirigente, Tarcísio dizia que não seria candidato contra Lula em 2026, mas fazia discursos sobre conjuntura nacional em encontros com banqueiros e se reunia com diferentes líderes para discutir contextos e articular alianças estaduais.

"Era como se ele estivesse no comando, costurando tudo. E, de repente, de uma hora para a outra, o Bolsonaro vem e destrói o castelinho de cartas dele. Todo mundo está achando que o Tarcísio é o bobo da corte", diz um líder mais contundente, que esperava uma reação diferente do governador.

O mesmo político afirma que Tarcísio tem, sim, votos para vencer Lula. Mas não tem o comando político. "As pessoas jogaram três meses de conversa fora e agora percebem que ele não tem liderança alguma, é submisso mesmo", segue. "Ele dá razão para os que gostam dele, mas temem que o Bolsonaro, com ele, entre sem bater na porta".

Um dirigente que se reúne permanentemente com o governador, e apoia seu nome para concorrer à Presidência, afirma que o fato de a família querer sempre diminuir Tarcísio, mostrando que ele não está no comando das decisões, é uma estratégia burra, já que o governador é o que mais tem condições de derrotar Lula em 2026, como mostrou o Datafolha. Eleito, ele poderia anistiar Bolsonaro.

O mesmo dirigente diz acreditar que Flávio Bolsonaro vai acabar recuando, já que nem mesmo na direita houve apoio amplo à sua candidatura. Além disso, ele não perderia um mandato de oito anos no Senado para uma aventura eleitoral em que a derrota, para Lula, é quase certa.

Ainda que a possibilidade de um recuo da família em favor de Tarcísio seja previsível, afirma outro líder, só a permanência de Flavio como pré-candidato por alguns meses já empurra o governador para uma situação difícil.

"Acaba com o palanque dele nos estados", afirma. Afinal, governadores e lideranças regionais, sem a segurança de que o governador paulista será candidato a presidente, e tem a palavra final sobre acordos, vão buscar outras alianças e palanques para suas candidaturas. "Ninguém vai ficar esperando para ver se o Flávio se retira da disputa", diz.

Um terceiro líder afirmou acreditar que "a água vai correr para o mar", e que a candidatura de Tarcísio é uma realidade incontornável, por ser ele o candidato mais competitivo. Mas será preciso, antes, enfrentar e vencer a barreira colocada pela família em seu caminho.

Um político com trânsito tanto com a família quanto com Tarcísio afirma que o governador não soube fazer gestos para os Bolsonaros, que agora relutam em passar a ele o bastão político.

Ele diz que o bolsonarismo é "barato", e que a família nunca fez grandes exigências ao governador. Nem os pequenos pedidos, entretanto, foram atendidos por ele.

Com isso, a relação degringolou, pois Tarcísio não teria percebido o básico: embora "barato", o bolsonarismo é "produto essencial" porque tem a principal matéria-prima das eleições: os votos.

Comentários
Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Política Livre
politica livre
O POLÍTICA LIVRE é o mais completo site sobre política da Bahia, que revela os bastidores da política baiana e permite uma visão completa sobre a vida política do Estado e do Brasil.
CONTATO
(71) 9-8801-0190
SIGA-NOS
© Copyright Política Livre. All Rights Reserved

Design by NVGO

Nós utilizamos cookies para aprimorar e personalizar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda em contribuir para os dados estatísticos de melhoria. Conheça nossa Política de Privacidade e consulte nossa Política de Cookies.