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Jonga Bacelar avalia que recuo de Tarcísio impacta na Bahia: “Não é bom para ACM Neto”
Jonga Bacelar avalia que recuo de Tarcísio impacta na Bahia: “Não é bom para ACM Neto”
Por Política Livre
03/10/2025 às 14:01
Foto: Carine Andrade / Política Livre

O deputado federal Jonga Bacelar (PL) analisou, em entrevista a este Política Livre, os desdobramentos políticos da possível decisão do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de não disputar a Presidência da República em 2026. Segundo o parlamentar, a movimentação tem repercussão direta no cenário nacional e atinge também a Bahia, especialmente na candidatura do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil).
Bacelar afirmou que já previa o recuo de Tarcísio há cerca de dois meses, quando declarou em entrevista que a desistência do governador paulista seria um “fator forte” de fortalecimento para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Se Tarcísio não fosse candidato seria uma posição muito forte para o governo Lula e o governo Jerônimo. Eu disse isso publicamente. Apesar de ser amigo de ACM Neto e reconhecer sua capacidade, eu enxergo política com razão, não com o coração. Ganhar de um presidente sentado na cadeira é muito difícil", avaliou, nesta sexta-feira (3), na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), durante a sessão especial de homenagem ao jurista, professor e ex-vereador de Salvador, Edvaldo Brito.
O parlamentar destacou que o presidente Lula ainda detém forte poder político, reforçado pelo controle da máquina pública: "O presidente Lula sabe fazer política, está cansado, mas tem a caneta na mão. E a caneta tem um poder grande de persuasão e de avanço político", disse Bacelar, lembrando que a tentativa de reeleição de um presidente no cargo costuma ser mais favorável, citando o caso de Jair Bolsonaro como exceção.
Para Jonga Bacelar, Tarcísio estaria em uma “zona de conforto” em São Paulo, diante de uma série de grandes obras em andamento, como o Rodoanel, a Linha 6 e a Linha 7 do metrô, além de investimentos bilionários em infraestrutura.
"Não vejo, por parte do secretariado e do entorno de Tarcísio, essa vontade dele largar esse ativo todo para disputar contra Lula. Ele tem a reeleição garantida em São Paulo e quase R$ 80 bilhões em obras. Por isso sempre defendi que ele não seria candidato, a não ser que a centro-direita estivesse totalmente organizada em torno dele", completou.
O deputado também citou as disputas internas da família Bolsonaro como outro obstáculo à consolidação de uma candidatura única da direita. "A família Bolsonaro não quer perder esse espólio de 48% dos votos válidos no Brasil. O país continua dividido e quem vencer em 2026 vai ganhar por uma margem muito apertada", avaliou.
Jonga Bacelar destacou que a ausência de Tarcísio na disputa fragiliza as articulações da oposição na Bahia. Ëu acho que o governador Tarcísio não será candidato. E automaticamente isso, para Neto, a gente sabe que não é bom. Essa é a minha posição e eu já havia dito há 60 dias, antes mesmo dessa sinalização de recuo do governador", concluiu.
