Foto: Montagem Política Livre
Está na hora de birra entre governo e Prefeitura encerrar, permitindo que iniciativas que beneficiam a população destravem 19 de setembro de 2019 | 09:51

Rodoviária e ponte Salvador-Itaparica: diálogo é, além de possível, fundamental

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A decisão do presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Gildásio Penedo, de determinar a abertura de uma auditoria para acompanhar o processo licitatório para a concessão da exploração do novo terminal rodoviário de Salvador pode se constituir em mais um entrave para a construção do equipamento pelo governo do Estado.

A iniciativa atende a pedido do Ministério Público de Contas sob o argumento de que teriam sido identificadas irregularidades na concorrência. Tende, no entanto, a dar mais munição à oposição, que questiona não apenas a exploração do espaço da futura rodoviária, mas a construção propriamente dita do novo equipamento, em Águas Claras.

Os oposicionistas se baseiam em argumentos apresentados por técnicos da Prefeitura segundo os quais há irregularidades também com relação à propriedade do terreno escolhido pelo governo para edificar o novo empreendimento, o que tornaria o processo de autorização para a sua construção mais complicado.

De acordo com o que atestam os representantes da Prefeitura, há suspeita de grilagem no terreno escolhido para a construção, além do fato, também segundo o executivo municipal, de o equivalente a 30% da área pertencer à municipalidade, o que não seria reconhecido pelo governo estadual.

Ontem, o próprio prefeito ACM Neto (DEM), em entrevista a este Política Livre, deixou claro seu descontentamento com o fato de até hoje não ter sido procurado pelo governo para tratar não só da rodoviária, mas da anunciada ponte Salvador-Itaparica, que teria, portanto, parte de sua estrutura edificada também em solo da cidade.

Também através deste Política Livre, o vice-governador do Estado e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, João Leão, maior entusiasta da construção da ponte, respondeu ao gestor municipal, dizendo que não faz parte dos planos do governo passar por cima de ninguém.

Para evitar problemas e uma eventual judicialização que pode acabar postergando especialmente a construção da rodoviária, considerada vital para o plano de expansão da cidade e a melhoria do serviço hoje provido à população, seria fundamental que as duas instâncias de poder efetivamente buscassem um entendimento o quanto antes.

Se os interesses da cidade forem colocados, principalmente, acima do voluntarismo ou da simples disputa por quem detém mais poder, haverá abertura para um acordo em torno do que for melhor para a sociedade e os usuários do sistema rodoviário municipal.

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