11 de agosto de 2011 | 09:16

Insegurança: Wagner precisa pelo menos avaliar troca de comando da SSP

De passagem recente pela Bahia, alto quadro da polícia federal fez um prognóstico aterrorizante sobre a questão da segurança no Estado. Com base no que acompanhou do noticiário e ouviu de pessoas com as quais conversou sobre os crescentes índices de violência na Bahia, avaliou que o Estado baiano pode estar perdendo mesmo o controle sobre a segurança. Em sua avaliação, o quadro estaria muito próximo daquele vivido no início da crise de segurança do Rio de Janeiro, que seria anos depois aprofundado com dados alarmantes e onde só agora, graças a ações enérgicas e multidisciplinares, os números da violência, segundo pesquisas, dão sinais de contenção.

Conversando informalmente com colegas baianos, o policial concluiu que, embora inaparente, há sinais de forte descompasso entre a base do aparelho policial e a cúpula das polícias, à qual atribui, pelo menos, interesse no enfrentamento dos problemas. Acha também que os primeiros anos do governo Jaques Wagner, que coincidiu com o deslocamento de facções do crime pelo país, em decorrência do aperto contra o tráfico promovido pela polícia do Rio, foram, embora cruciais, do ponto de vista do procedimento estratégico, praticamente nulos em termos de enfrentamento do problema, em função de escolhas erradas para o comando da SSP.

Seu conselho é drástico: a partir de agora, o Estado necessita de uma avaliação precisa sobre o principal gargalo do setor. Concluído o diagnóstico, o governador do Estado tem que descobrir rapidamente se seus principais auxiliares atuais têm condições efetivas de mudar o quadro, mostrando à população senso de direção e alterando a percepção social sobre a insegurança. Caso contrário, Wagner terá que radicalizar e trocar o comando da SSP. Empurrar com a barriga e esperar que a tempestade passe, o que parece ter sido um princípio adotado em relação às primeiras gestões no setor, ensina o experiente policial, pode transformar o iminente descontrole em caos, o que será ainda mais difícil de reverter.

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