Eduardo Salles

Setor Produtivo

Eduardo Salles é engenheiro agrônomo com mestrado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais. Está no seu terceiro mandato de deputado estadual e preside a Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo, além da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Produtivo. É ex-secretário estadual de Agricultura e ex-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Agricultura (CONSEAGRI). Foi presidente da Associação de Produtores de Café da Bahia e da Câmara de Comércio Brasil/Portugal. Há 20 anos é diretor da Associação Comercial da Bahia. Ele escreve neste Política Livre mensalmente.

Ensinando aos jovens a boa política

O homem é um animal político, ensinava o filósofo grego Aristóteles mais de 300 anos antes de Cristo. E assim é por viver em conjunto com seu semelhante, ainda que dele não necessite, e porque, diferentemente de todas as outras espécies, é dotado da razão e do discurso. São a razão e a política que definem o justo e o injusto, o erro e o acerto e as formas de convivência entre os homens a partir de como administram esses conceitos.

Hoje, mais de dois mil anos depois dos ensinamentos de Aristóteles, a política continua sendo vital Ao homem. A política é uma atividade humana e não diz respeito somente à vida pública. Onde houver interação humana, haverá política: em casa, nos negócios, nas escolas, nas empresas, na vida conjugal, enfim, em praticamente tudo. Mas, convencionou-se relacionar a política principalmente à vida pública, à chamada arte de governar, de mover as peças das engrenagens de Estado que põem as forças vivas da sociedade em movimento.

É a essa política que nos referimos aqui. A política feita pelo homem para administrar, nações, cidades ou Estados. O cidadão e a sociedade dependem de uma boa política, de uma política que – e voltamos à definição de Aristóteles – seja norteada pela razão, pelo correto discernimento entre o justo e o injusto, entre o acerto e o erro. É essa política que temos a obrigação de ensinar desde cedo aos nossos jovens.

Descendo à planície, esta é a intenção da Assembleia Legislativa da Bahia, por meio da Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Serviço Público, que tenho a honra de presidir, ao colocar em funcionamento o Parlamento Jovem Baiano, estimulando o debate político, discutindo as soluções para as demandas e anseios da sociedade, desenvolvendo reflexões sobre a realidade e formulando projetos e propostas.

O Parlamento Jovem Baiano não é uma novidade. E não é necessário nem importante que o seja. Fui a Brasília conhecer o programa que é desenvolvido no Congresso Nacional, precisamente com o intuito de trazê-lo à Bahia. Confesso que fiquei entusiasmado com o projeto, porém, mais do que isso, com o conceito que o ancorava, com o propósito de levar a atividade política exercida de forma sadia aos nossos jovens, a estudantes da rede estadual de ensino.

Em 1o de março, na primeira sessão da Comissão de Educação da Assembleia, eu já informava sobre a decisão de implantar o Parlamento Jovem Baiano, que consta da seleção de alunos do ensino médio das escolas públicas do estado por meio de projetos de lei elaborados por eles próprios, com os melhores sendo escolhidos para atuarem como deputados durante três dias na Assembleia Legislativa numa jornada legislativa muito semelhante ao processo legislativo real.

É, desse modo, uma satisfação muito grande poder confirmar a realização do Parlamento Jovem Baiano nos dias 16, 17 e 18 de novembro. Nossos estudantes serão verdadeiros deputados, elaborando projetos de lei, discutindo temas da atualidade política, desenvolvendo competências que lhes serão úteis ao longo da vida. Como deputado, sinto-me recompensado em poder ter contribuído, minimamente que seja, para a formação política dos nossos jovens.

* Eduardo Salles é deputado estadual e presidente da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa da Bahia.

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