Foto: Conjur
Augusto Aras 06 de setembro de 2019 | 11:47

O desafio do primeiro baiano na chefia do MPF

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A indicação do professor Augusto Aras para procurador-chefe, em substituição a Raquel Dodge, é possivelmente a primeira de um baiano para posto tão poderoso da República.

Ela não traz, entretanto, a possibilidade de ganhos para o Estado na perspectiva em que tradicionalmente movimentos desse alcance são tratados, a exemplo da ascensão de ministros a governos de plantão.

A chegada de Aras ao comando do Ministério Público Federal fortalecerá a Bahia na medida em que reverencie a tradição e o nome de grandes baianos do meio jurídico que fizeram da defesa da lei sua bíblia e missão.

É bem verdade que o procurador assumirá a posição, cuja chancela pelo Senado é esperada e merecida, depois de uma ousada e muita bem montada estratégia para aproximar-se do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Chegando lá, por meio do respaldo político do executivo que a Constituição recomenda, entretanto, terá que agir no sentido de garantir mais respeito a ela e racionalidade num governo que mostra carecer de vastas qualidades.

O baiano possui todos os requisitos para o desafio. Além de sólida formação acadêmica e intelectual, demonstrada pela trajetória na Universidade como aluno e professor e livros publicados, tem respeitado histórico profissional.

Sua atuação como procurador regional eleitoral na Bahia nos tempos duros do carlismo passou à história como uma demonstração positiva do que a firmeza e a independência podem produzir em ambientes políticos hostis.

Não é nada para além disso que se espera, portanto, do ilustre baiano que construiu com as próprias mãos as condições para a chegada triunfal à nova posição, contra, entre outros obstáculos, o do corporativismo anacrônico de sua categoria.

A Bahia merece dar vivas à vitória deste filho teu na expectativa de que ele não faça nada, além de prestar um tributo a outros tantos que se projetaram para o país defendendo os valores intrínsecos a toda República.

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