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Eduardo Bolsonaro: desejo de ser embaixador desde a mais tenra idade, segundo relato a senador amigo da família 04 de setembro de 2019 | 12:43

Desejo infantil e de ter filho americano embalariam projeto de Eduardo nos EUA

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Num governo em que o cuidado com o interesse público fosse levado efetivamente a sério, não seria necessária uma pesquisa Datafolha apontando que 70% dos brasileiros reprovam a indicação de um dos filhos do presidente da República para o mais alto posto da diplomacia brasileira no exterior para que o plano fosse abortado.

Ao invés de dados científicos mostrando que a idéia não encontra respaldo nem no chamado bolsonarismo de raiz, integrado pelo segmento evangélico e os moradores do Sul do país, o bom senso prevaleceria, levando a que nem se cogitasse numa medida que cheira a claro nepotismo e à prevalência de interesse do clã.

Para ilustrar o que significa a indicação do parente de primeiro grau à Embaixada do Brasil em Washington para a família, corre em Brasília uma história segundo a qual um senador próximo dos Bolsonaro teria procurado o candidato para tentar dissuadi-lo da idéia de concorrer para a vaga de embaixador.

Ponderara que o momento era inoportuno devido à presença na Casa da proposta de reforma da Previdência, alegando que um pleito de caráter pessoal do presidente consistiria numa oportunidade ímpar para os senadores fazerem cobranças que deixariam o governo simplesmente de tanga.

A admoestação teria entrado por um ouvido e saído por outro de Eduardo. Além de relatar ao aliado do pai que o desejo de se tornar embaixador o acompanhava desde a mais tenra infância, ele teria feito uma revelação bombástica ao amigo senador.

Ao lembrar que sua mulher estava grávida, disse que ímpar seria, na verdade, a oportunidade de passar a desfrutar da honra de ter um filho nascido em solo norte-americano. Neste momento, os olhos do interlocutor reviraram de surpresa.

Nada, portanto, nenhuma palavra sequer, no sentido de representar os interesses maiores do país frente a uma das Nações mais poderosas do mundo. Será que os senadores que votarão a indicação – vale aí, inclusive, uma lembrança aos três baianos eleitos para a Câmara Alta – se valerão do bom senso ou do Datafolha na hora de avaliar o caso?

Ou simplesmente se submeterão à vontade do pai, que quer satisfazer o filho e seu desejo de fazer do futuro neto um cidadão norte-americano?

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