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O presidente da Argentina, Mauricio Macri 09 de setembro de 2019 | 19:00

Candidato de Cristina amplia vantagem sobre Macri na Argentina, apontam pesquisas

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O candidato de oposição, o peronista Alberto Fernández, derrotaria o presidente argentino, Mauricio Macri, nas eleições de outubro por uma vantagem ainda maior do que a diferença esmagadora que ele obteve nas primárias de agosto, segundo três pesquisas divulgadas nesta segunda-feira, com números semelhantes. Os dados publicados ontem quebraram semanas de silêncio dos institutos de pesquisa, após as primárias, nas quais poucas sondagens acertaram a vitória arrasadora da chapa de centro-esquerda peronista sobre o governo – resultado que acelerou a crise de desconfiança de investidores. Fernández, cuja colega de chapa é a ex-presidente Cristina Kirchner, deve obter 51,5% dos votos e Macri, 34,9%, segundo pesquisa da empresa Ricardo Rouvier & Asociados. “O que vejo é uma consolidação do resultado das primárias”, disse o analista Julio Burdman, cuja consultoria Observatorio Electoral ainda está concluindo suas pesquisas de opinião. Segundo a pesquisa da consultoria Trespuntozero, o opositor deve obter 51,9% dos votos – diante dos 34% de Macri – e conquistar a presidência sem a necessidade de um segundo turno. Para a empresa Clivajes, Fernández receberá 52,6% dos votos, e Macri teria 32,5%. Nas primárias, que não definiram resultados, mas funcionaram como um indicador do entusiasmo dos eleitores, Fernández conquistou 47,78% dos votos e Macri, 31,79%. Se os votos em branco não tivessem sido contabilizados, como ocorrerá nas eleições gerais, os votos de Fernández teriam superado os 49%. Na Argentina, para vencer uma eleição no primeiro turno, o candidato mais votado tem de superar os 45% dos votos ou obter mais de 40% e uma diferença de 10 pontos porcentuais sobre o segundo colocado. Em um cenário econômico que já mostrava problemas sérios para Macri, o resultado das primárias desencadeou uma crise financeira severa em razão dos temores de que Fernández reinstaure controles rígidos sobre a economia. A menos de dois meses da eleição, Macri tem a difícil missão de reverter o descontentamento com a crise econômica e a unidade do peronismo para derrotar o kirchnerista Alberto Fernández. Principal colégio eleitoral da Argentina, com 11.867,979 eleitores que representam 37% do total de cidadãos habilitados para votar, a Província de Buenos Aires é um território de disputa decisivo na eleição nacional. O revés de Macri respingou em sua principal aliada: Maria Eugenia Vidal, governadora da província, que em 2015, obteve uma vitória histórica frente ao candidato kirchnerista Aníbal Fernández. Passados quatro anos, a votação que define as chapas que disputarão oficialmente as eleições e serve como um termômetro das preferências do eleitor demonstrou que a baixa popularidade de Macri – cerca de 33% – pode respingar na imagem positiva da atual governadora. Após a derrota, Macri buscou conselhos eleitorais com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Estadão Conteúdo
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