Foto: Divulgação/Arquivo
Secretário de Infraestrutura e vice-prefeito de Salvador, Bruno Reis checa projeto da Prefeitura para bairro periférico 15 de agosto de 2019 | 07:37

Vantagem de Bruno Reis sobre demais candidatos é inegável, por Raul Monteiro*

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Faz sentido a preocupação dos que tentam articular a candidatura do presidente do Esporte Clube Bahia, Guilherme Bellintani, à Prefeitura de Salvador, em 2020, com a dificuldade de o governador Rui Costa (PT) abraçar sua postulação, levando-o a integrar, neste primeiro momento, o time dos eventuais nomes que deverão sair candidatos à sucessão municipal no time de partidos aliados do petista. Escoltado por uma equipe de bons estrategistas, que vêm em seu nome a única chance de o governo fazer o próximo prefeito de Salvador, Bellintani sequer tem um partido pelo qual possa concorrer.

A ausência de uma legenda que possa chamar de sua e que, em contrapartida, o abrace como seu, o coloca em grande desvantagem em relação aos eventuais concorrentes no próprio grupo governista. Para completar, o virtual principal adversário do time de Rui, o vice-prefeito Bruno Reis (DEM), que fez da disposição para o trabalho uma de suas marcas e acumula, por estratégia do prefeito ACM Neto (DEM), a secretaria municipal de Infraestrutura, não pára quieto, submetido deliberamente a uma rotina intensa de inaugurações e visitas a bairros, principalmente periféricos, cujo resultado tem sido torná-lo mais e mais conhecido.

O claro interesse de Bruno em suceder ACM Neto, que programa o anúncio de seu nome como seu candidato oficial para o fim do ano como forma exclusivamente de não melindrar os partidos da base, alguns com interesse também na sucessão mas nenhum com nome suficientemente forte para confrontar o escolhido do prefeito, é um dos grandes diferenciais do vice, que trafega praticamente sozinho como postulante à sucessão municipal até agora. Com competência política reconhecida, respeito dos aliados e domínio crescente da máquina municipal, construído na base de experiências como secretário, Bruno voa até agora em céu de brigadeiro.

E deve continuar assim até a chegada do próximo ano, quando se espera que os partidos da base do governo estadual, a levar em conta o ritmo lento em que normalmetne se movem, devam começar a se articular para definir nomes e estratégias para as eleições municipais. Os cinco meses que separam Bruno desse momento podem se transformar numa eternidade inteiramente a seu favor, uma vez que sabiamente ele já vem buscando aproveitar, desde agora, todos os recursos de que dispõe para fortalecer o próprio nome, deixando todos aqueles que ainda pretendem se definir em natural desvantagem.

A situação se aplica naturalmente tanto a Bellintani, que sequer ainda se filiou a um partido e, pelo menos por enquanto, parece que ainda disputa o apoio do governador a seu nome como forma de se viabilizar, como a outros nomes que já se ensaiam no campo do governo estadual interessados em enfrentar a disputa, a qual ainda contará com um elemento que tende mais a desagregar do que unir quem ainda não conquistou tônus para disputar a sucessão. Trata-se da mudança na legislação que acabou com as coligações proporcionais, obrigando os partidos a lançarem candidatos próprios para fazer bancadas.

* Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição de hoje da Tribuna.

Raul Monteiro*
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