Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
11 de agosto de 2019 | 07:57

Reforma da previdência: Wagner diz não, Coronel indeciso e Otto não opina

bahia

Um levantamento feito pelo Estadão aponta que a reforma da previdência já possui 53 votos favoráveis no Senado – dois a mais do que o necessário para sua aprovação em plenário. O Placar da Previdência mostra ainda que 13 senadores se declararam contrários à proposta, quatro se disseram indecisos e outros dez não quiseram responder.

Na bancada baiana no Senado, apenas o senador Jaques Wagner (PT) está convicto que votará contra a reforma. Ângelo Coronel (PSD) ainda está indeciso e Otto Alencar (presidente estadual e líder do PSD) preferiu não responder ao questionamento do Estadão. No entanto, se for considerado o placar dos deputados federais baianos no 1° e 2° turnos na Câmara, a tendência é que os senadores do PSD também votem a favor da previdência, mesmo que proponham alguma mudança no texto.

Em julho, a Bahia deu 25 votos a favor ante a 13 contra. Já na última quarta-feira, foram 24 a favor e 15 contra. E, nos dois turnos, todos os cinco deputados comandados por Otto e da base do governador Rui Costa (PT) votaram favoráveis à proposta do governo federal: Antonio Brito, Charles Fernandes, José Nunes, Otto Alencar Filho e Paulo Magalhães. No 1° turno, a justificativa do senador foi que mudanças defendidas pelo governador petista foram atendidas e retiradas do texto-base, como a alteração nas regras atuais de concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e da aposentadoria rural, inclusão do sistema de capitalização e a possibilidade de alterar regras da aposentadoria por projeto de Lei – sem a necessidade de mudar a Constituição.

Já no 2° turno, Otto negou novamente acordo por emendas e disse que o voto do PSD a favor da reforma foi pelo pacto federativo. Em entrevista ao Política Livre, o presidente estadual do partido reiterou que o governo federal se comprometeu com os sete itens da pauta, incluindo o fim da Lei Kandir, que dá autonomia aos Estados para definir sua própria política tributária. “Sem a pauta federativa que o governador Rui Costa nos pediu, não vamos votar a reforma da previdência no Senado. É uma consciência dos senadores. E essa ideia de que o Senado vai homologar o que veio da Câmara é completamente equivocada. Certamente vamos mudar alguma coisa, e vai voltar para a Câmara”, disse Otto ao Política Livre. “Não somos contra por ser contra. Temos que encontrar uma forma para que o governo possa conter o déficit, mas preservando direitos”, acrescentou o senador, ressaltando que defende recursos extras pra financiar a previdência, como royalties do petróleo e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que gerariam uma arrecadação em torno de R$ 60 bilhões.

Raiane Veríssimo
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